Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Estímulo familiar afeta o desenvolvimento infantil especialmente de crianças vulneráveis. Estudo exploratório avaliou associação entre Indicadores de Cuidados Familiares (ICF) e variáveis contextuais da família. Métodos: Amostra não probabilística de crianças < 36 meses residentes nos territórios das Equipes de Saúde da Família (ESF) de 31 municípios mineiros. Dados foram coletados por profissionais das ESF por entrevista domiciliar com o responsável pela criança. Os ICF foram avaliados por instrumento que aborda variedade dos estímulos e atividades de interação com a criança. A soma dos ICF resulta no escore de Cuidados Familiares de 0 a 17. As variáveis contextuais foram: idade, escolaridade, situação laboral da mãe, classificação socioeconômica (Critério Brasil), recebimento de benefícios sociais, depressão materna, consumo de bebidas alcoólicas na família. Modelo de regressão de Poisson investigou a associação entre escore total dos ICF e variáveis contextuais. Resultados: Participaram 3157 responsáveis, sendo a maioria mães (84,7%). As atividades de estimulação mais frequentes foram brincar (95,4%), passear com a criança (93,2%) e cantar músicas (87,9%). Apenas 42% dos responsáveis liam para as crianças. O escore médio de cuidados familiares foi de 10.56± 4.25. Maior escore de cuidados familiares foi observado entre mães adultas (β: 0,16, 95%IC 0,09;0.23), que concluíram o ensino médio (β: 0,06, 95% IC 0,03;0.09) e superior (β: 0,14; 95%IC 0,08;0.19). Crianças com mães de classe social D/E (β: -0,06, 95%IC -0,09;-0.02) e desempregadas (β: -0,06, 95%IC -0,10;-0.03) apresentaram menores escores de cuidados familiares. Conclusões: Vulnerabilidade social foi associada com menor frequência de estímulos às crianças em casa.