Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Descrever os custos hospitalares por ofidismo ocupacional, no Brasil, entre 2007-2018. Métodos: Estudo descritivo observacional conduzido com dados do SIH-SUS entre 2007-2018, de ofidismo ocupacional em trabalhadores de 18-65 anos. Casos foram caracterizados quanto a idade, sexo e raça/cor. Foram estimados os custos diretos das hospitalizações para os acidentes de trabalho por ofidismo, em reais, por triênio e por região do Brasil, bem como a variação proporcional percentual (VPP) dos custos e do número de internações registradas. Para análise de dados, utilizaram-se os softwares IBM SPSS Statistics 22 e Excel. Resultados: Entre 2007-2018, observaram-se 58.720 internações por acidentes ofídicos, dos quais 4.905 (8,4%) eram acidentes de trabalho. Esses acidentes reduziram 36% no período e foram mais frequentes em homens (78%), com idade entre 18 e 37 anos (49%) e da raça/cor parda (54%), distribuições semelhantes ao ofidismo não ocupacional. A proporção de casos reconhecidos como acidentes de trabalho pouco diferiu entre as regiões, e os custos hospitalares totalizaram R$1.311.000,00. A região Centro Oeste apresentou aumento de 65% nos custos (2007-2009=R$51.680,00 e 2016-2018=R$85.080,00), enquanto a região Nordeste apresentou queda de 64% (2007-2009= R$65.300,00 e 2016-2018=R$23.460,00). Conclusão: De modo geral, internações e custos hospitalares por ofidismo ocupacional reduziram no país no período. Porém acredita-se em sub-registros e falta de percepção da relação com o trabalho. Ainda, a queda pode ser resultado do crescimento do agronegócio e da mecanização agrícola. Investimento prévio em equipamentos de proteção individual, a exemplo de botas e luvas, são a principal forma de proteção para esses acidentes.