Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Descrever mudanças na frequência de compra e nas principais escolhas alimentares em aplicativos de entrega durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Web survey realizado em 2020 por amostragem em cadeia com residentes (≥ 18 anos) da região metropolitana do Rio de Janeiro. O questionário, elaborado em formulário Google, mensurou aspectos sociodemográficos e características do uso de aplicativos de entrega de comida. Realizou-se ponderação pós-estratificação por sexo, idade e escolaridade, e calcularam-se prevalências (intervalos de confiança 95%) e teste de McNemar (p<0,05). Resultados: Foram alcançados 748 usuários de aplicativos: média de 33,5 anos de idade; 59,4% mulheres; 78,6% com ensino médio e 21,4% com ensino superior completo. Durante a pandemia, 51,5% (38,8-64,2) aumentaram a frequência de uso, e 22,2% (10,2-33,5) diminuíram. Houve redução no percentual dos que pediam comida ocasionalmente (24,9% para 21,1%, p=0,03) e 1-2 vezes/semana (45,7% para 36,1%, p=0,00), e aumento no dos que pediam ≥3 vezes/semana (13,8% para 26,3%, p=0,00). Os principais pedidos, nos dois momentos, eram: fast food; hambúrgueres e pizzas artesanais; refrigerantes; comida oriental; refeições brasileiras. Aumentou a proporção de usuários que pediam refeições brasileiras (p=0,00) e bebidas alcoólicas (p=0,00); e diminuiu a de fast food (p=0,00) e refrigerantes (p=0,00). Entre quem usava ≥3 vezes/semana, o aumento observado acerca das refeições brasileiras e bebidas alcoólicas foi mais acentuado, e, quanto aos refrigerantes, observou-se tendência oposta. Conclusões: Durante a pandemia, observou-se aumento da frequência de compra de comida em aplicativos. O consumo de alguns itens não saudáveis diminuiu, mas esses permaneciam entre os principais pedidos.