Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Avaliar a associação da hipovitaminose D com o risco de apneia obstrutiva do sono (AOS) em trabalhadores de turnos alternantes, medido pelo questionário de Berlim (QB), instrumento de rastreio para identificar indivíduos em risco de ter AOS. Métodos: Estudo transversal em trabalhadores de turnos alternantes com pelo menos um fator de risco cardiovascular (hiperglicemia, dislipidemia, obesidade abdominal, inatividade física, hipertensão e tabagismo). Foi realizado modelos de regressão logística para verificar a associação da hipovitaminose D (25(OHD) < 20 ng/dL) com o risco para AOS medido pelo QB. As variáveis foram inseridas nos modelos logísticos múltiplos em ordem decrescente de significância estatística. Resultados: Foram avaliados 357 trabalhadores de turnos alternantes com idade mediana de 34.2 anos (20.1 - 56.2), 22.3% apresentavam hipovitaminose D, 18,9% tinham alto risco para AOS, 72.5% trabalhavam em turnos há mais de 5 anos e 65,3% declaravam cor da pele não branca . Em modelo não ajustado, não houve associação do risco da AOS com a hipovitaminose D (OR: 1,62; IC95% 0,90 – 2,91). Após ajuste por sazonalidade, cor da pele, colesterol total, consumo de tabaco e álcool, encontramos que os trabalhadores com hipovitaminose D apresentavam maior chance de ter alto risco para AOS (OR: 1,87; IC95% 1,12 – 3,5). Conclusões: Trabalhadores de turnos alternantes com hipovitaminose D tem maior chance de ter alto risco para AOS. Portanto, reforçamos a necessidade de prevenção, identificação e intervenção precoces, para subsidiar tomada de decisões, e promover hábitos saudáveis, prevenindo acidentes e melhorando a qualidade de vida destes trabalhadores.