Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Investigar as formas de aquisição dos alimentos nos domicílios com presença de usuários do Programa Bolsa Família (PBF), de acordo com a região urbana(U) e rural(R) do Brasil. Métodos: Estudo transversal, descritivo, realizado com base nos dados secundários da Pesquisa de orçamento familiar (2017/2018). Esta pesquisa considerou 9.969 domicílios, com moradores beneficiários do PBF. Foram verificadas características sociodemográficas dos domicílios, dos moradores, e as formas de aquisição dos alimentos para o domicílio (monetária à vista, monetária a prazo, cartão de crédito à vista, doação, retirada do negócio, troca, produção própria e outra). As análises foram estratificadas em área urbano/rural (nível de significância de 95%) e realizadas no programa Stata 16. Resultados: Nas macrorregiões, com exceção da região Sul (U=49%;R=51%), a maior proporção de beneficiários do PBF se apresenta na área urbana (Sudeste U=61%,R=39%; Centro-oeste U=73%,R=27%; Norte U=54%,R=46%; Nordeste U=80%,R=20%). A prevalência de indivíduos que exerceram trabalho remunerado nos últimos 12 meses foi maior na área urbana (U=68%; R=32%). As formas de aquisição de alimentos “cartão de crédito à vista” (U=84%;R=16%), “monetária à vista” (U=75%;R=25%), “monetária a prazo” (U=63%;R=37%), “doação”(U=62%;R=38%) e “retirada do negócio (U=53%;R=47%) foram maiores no contexto urbano, enquanto as formas “troca”(U=11%;R=89%) e “produção própria” (U=8%;R=92%) foram maiores no contexto rural.Conclusão:Na área urbana as formas de aquisição mais prevalente nos domicílios com usuários do PBF foram cartão de crédito à vista, monetária à vista e monetária a prazo. Aquisições não monetárias como troca e produção própria foram mais prevalentes na área rural.