Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Descrever as prevalências de fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) entre professores da educação básica. Métodos: Estudo transversal analítico realizado em Montes Claros/MG, 2016. Amostra probabilística por conglomerados. Utilizou-se questionário autoaplicável e avaliações físicas. Razões de prevalências brutas (RP) foram estimadas pela Regressão de Poisson. Resultados: Dos 745 participantes, 83% eram mulheres, 81% tinham até 49 anos e 60% estavam insatisfeitos com o trabalho. Homens apresentaram maiores prevalências de consumo de álcool (RP:7,24;IC95%:2,19-23,91), tabagismo (RP:2,33; IC95%:1,13-4,81), consumo de carnes com excesso de gordura (RP=2,85;1,81-4,48), excesso de peso (RP:1,48; 1,04-2,13), menor prevalência de sintomas depressivos (RP=0,93; 0,88-0,98) e estresse (RP:0,88; IC95%:0,82-0,95) comparados às mulheres. Os insatisfeitos com o trabalho, quando comparados aos satisfeitos apresentaram prevalências significativamente maiores de abuso da internet (RP: 3,25;IC95%:1,66-6,39), sintomas depressivos (RP:2,52;IC95%:1,61-3,93), estresse (RP:1,76; IC95%:1,33-2,32), Burnout (RP:9,20; IC95% :4,46-18,99) e autoavaliação ruim da saúde (RP= 1,55; IC95%0,86-2,79). Também revelou menor prevalência de consumo de doces (RP:0,82; IC95%:0,56-1,21) e refrigerantes/suco artificial (RP:0,89; IC95%:0,72-1,11) e obesos (RP:0,68; IC95%:0,58-0,81). Conclusões: Homens apresentaram maior prevalência de fatores de risco relacionados aos hábitos e as mulheres de comprometimento da saúde mental. Os insatisfeitos com o trabalho apresentaram maiores prevalências de abuso da internet, e comprometimento da saúde mental. Já os fatores de proteção estão relacionados à melhor saúde mental para os homens e ao baixo consumo de doces/refrigerantes para os insatisfeitos com o trabalho. Ações em saúde voltadas aos hábitos saudáveis, autocuidado físico e mental são estratégias necessárias de enfrentamento entre professores da educação básica.