Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Estimar a associação entre a estimulação cognitiva infantil no início da vida e a simultaneidade de comportamentos comprometedores da saúde bucal aos 5 anos de idade. Métodos: Estudo longitudinal, realizado com crianças acompanhadas em um estudo de coorte de nascimentos no sul do Brasil. Quatro comportamentos comprometedores da saúde bucal aos 5 anos de idade foram investigados seguindo uma pontuação: placa dentária, ingestão de alimentos e bebidas açucaradas, consultas odontológicas e a disponibilidade da mãe para realizar a escovação dos dentes da criança. O preditor foi a estimulação infantil aos 24 meses de idade. A associação entre simultaneidade de comportamentos e estimulação infantil foi testada com regressão logística ordinal, obtendo-se a razão de odds (RO) e os respectivos intervalos de confiança de 95% (IC).Resultados: Participaram 1.128 crianças do estudo, e mais de 80% da amostra relatou alto consumo de açúcar, que a criança nunca esteve no dentista ou sua consulta odontológica foi por motivos curativos aos 5 anos. Após os ajustes, as crianças com menor estimulação cognitiva tiveram 39% maior chance de mudar de comportamentos que não comprometiam a saúde bucal para um ou mais comportamentos de risco à saúde bucal (RO 1,39; IC95% 1,05-1,84).Conclusão: Em nosso estudo, a estimulação infantil foi associada a escores mais baixos de comportamentos comprometedores da saúde bucal, ou seja, quanto maior o estímulo cognitivo menor a chance de simultaneidade de comportamentos nocivos a saúde bucal na infância.