EFEITO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA NA PREMATURIDADE: ESTUDO COM 1 MILHÃO DE NASCIDOS VIVOS

Vol 2, 2021 - 140007
Pôster Eletrônico - PE02 - Avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde (TODOS OS DIAS)
Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

Objetivo: Estimar o efeito do Programa Bolsa Família (PBF) na prematuridade. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, quase-experimental. Foram incluídos nascidos vivos de gestação única, filhos de mulheres de 10 a 49 anos que entraram na Coorte de 100 Milhões de Brasileiros de 2004 a 2015, e que tinham pelo menos um filho antes da entrada na coorte. Informações socioeconômicas das mães foram vinculadas com dados de recebimento do PBF e do sistema de Informações de Nascidos Vivos utilizando o algoritmo de linkage CIDACS-RL. Considerou-se prematuros os nascidos com idade gestacional (IG) <37 semanas, e dentre eles classificou-se como tardio (IG 34|-37), moderado (IG 32|-34), muito (IG 28|-32) e extremo (IG<28). Os nascidos vivos cujas mães foram beneficiárias do PBF durante toda a gestação representam o grupo exposto. A ponderação com escore de propensão por Kernel foi utilizada para balancear as variáveis do grupo exposto e não-exposto. O efeito do PBF foi estimado por regressão logística multivariada ponderada pelo escore de propensão e ajuste por adequação do pré-natal e tipo de parto. Resultados: Dos 1.031.053 nascidos vivos incluídos no estudo, 679.365 (65,9%) faziam parte do grupo exposto. As beneficiárias concentram 1,8 vezes mais adolescentes e realizaram 1,3 vezes mais partos vaginais. A ocorrência de nascimentos muito e extremamente prematuros foi 10% (ORa=0,90, IC95%=0,85-0,96) e 35% (ORa=0,65, IC95%=0,60-0,72) menor no grupo de beneficiárias. Conclusões: O recebimento do PBF durante a gestação está associado a redução de nascimentos muito e extremamente prematuros, possivelmente devido à transferência de renda condicionada à realização do pré-natal.

Eixo Temático
  • Avaliação de sistemas, políticas, programas e serviços de saúde