Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Caracterizar o consumo alimentar de crianças indígenas Yanomami segundo o grau de processamento dos alimentos. Métodos: Estudo transversal com 251 crianças indígenas de 6-59 meses de oito aldeias inseridas no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanonomami dos polos bases de Auaris e Maturacá. O consumo alimentar foi avaliado por uma lista de 34 alimentos e o item “outros”, para inclusão de alimentos não contemplados nessa lista, referente ao consumo no dia anterior à entrevista. Os alimentos foram classificados pelo grau de processamento segundo a classificação NOVA. O grupo dos alimentos in natura ou minimamente processados foi subdividido em “regionais” (produzidos ou naturalmente disponíveis na aldeia/floresta) e “urbanos” (oriundos da cidade, adquiridos por meio de compras em pequenos comércios na comunidade e/ou trocas com indivíduos fora da aldeia). Resultados: Observou-se um consumo de alimentos in natura ou minimamente processados “regionais” e “urbanos” de 93% e 56%, respectivamente; 41% de ingredientes culinários processados; 12% de processados e 32% de ultraprocessados. Os alimentos mais consumidos em cada grupo foram; in natura ou minimamente processados “regionais”: frutas, milho, raízes ou tubérculos, pupunha/palmito, peixes/caranguejo e beiju/cuscuz; in natura ou minimamente processados “urbanos”: feijão, arroz/macarrão, frango, café/café com leite e leite de vaca em pó; ingredientes culinários processados: açúcar, sal de cozinha e óleo vegetal; processados: carnes enlatadas/embutidas/processadas e pães; ultraprocessados: bolos, biscoitos ou bolachas, chocolate/achocolatado em pó. Conclusões: A alimentação das crianças indígenas avaliadas mostrou-se pouco diversificada e com a presença marcante de alimentos processados e ultraprocessados.