Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Lésbicas, gays e bissexuais (LGB) ainda enfrentam estigmas que podem desencadear consequências negativas para a saúde. Por outro lado, a adolescência é um período da vida de maior vulnerabilidade à comportamentos de risco. Nós hipotetizamos que adolescentes LGB podem estar ainda mais vulneráveis a comportamentos de risco para saúde. Objetivo: Avaliar comportamentos de risco e de proteção à saúde, entre adolescentes escolares LGB. Metodologia: Participaram 2.206 adolescentes na faixa etária entre 14 e 19 anos matriculados no ensino médio na rede pública estadual de Olinda-PE. Participaram 27 escolas de Olinda (81,8%) de turno diurno. Os dados foram coletados em 2018 utilizando o questionário Youth Risk Behavior Survey (YRBS) para avaliar consumo de substâncias, comportamento sexual de risco, prática de atividade fisica e hábitos alimentares. Para tabulação e análise dos dados foram utilizados os softwares Epidata por dupla entrada e STATA/IC versão 15.1, respectivamente. Resultados: Adolescentes LGB relataram chances mais altas de consumirem álcool antes da relação sexual (OR1,65 IC95%1,06-2,57) e de consumirem cigarro (OR2,46 IC95%1,62-3,75, maconha (OR2,09 IC95%1,38-3,16) e drogas injetáveis (OR4,22 IC95%1,37-13,01). Os desfechos foram ajustados por idade, escolaridade materna, viver em família que recebe auxílio bolsa família - considerado como classe social mais baixa economicamente - e sofrer alguma vitimização (bullying, cyberbullying ou ameaça com arma). Nenhum comportamento saudável foi significantes segundo as variáveis: tomar café-da-manhã todos os dias (OR1,08 IC95%0,70-1,64), praticar atividade física (OR1,10 IC95% 0,67-1,82) e estarem no peso adequado, obesos (OR1,73 IC95%0,95-3,17). Conclusão: Adolescentes escolares LGB apresentaram maiores chances de comportamentos negativos para a saúde.