Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Avaliar a associação entre características ocupacionais e inatividade física no lazer (IFL) em trabalhadores(as) da Atenção Primária à Saúde (APS). Métodos: Estudo transversal, com 2.136 trabalhadores(as) da APS de municípios da Bahia, selecionados por amostragem aleatória. Utilizou-se questionário para avaliar: características sociodemográficas, ocupacionais e prática de atividade física no lazer. Empregou-se análises bivariada (teste Qui-quadrado de Pearson) e multivariada (regressão de Poisson com variância robusta), com significância de 5%. Resultados: a prevalência de IFL foi de 48,2%, predominando em: agentes comunitários de saúde (ACS) (50,2%), tempo de trabalho >5 anos (49,5%), jornada semanal ≤40 horas (49,4%) e vínculo estável de trabalho (49,2%). A IFL associou-se à categoria profissional (p<0,001) e jornada semanal (p=0,020). Houve aumento da prevalência de IFL em: técnicas(os) em enfermagem (TE) (RP=1,97; IC95%=1,37-2,84), ACS (RP=1,76; IC95%=1,25-2,51) e técnico-administrativos (TA) (RP=1,73; IC95%=1,21-2,48). Em jornada >40 horas houve diminuição da prevalência de IFL (RP=0,87; IC95%=0,75-0,99). No modelo final, estratificado por jornada ≤40 horas, TE estiveram mais expostos (RP=2,65; IC95%=1,29-5,48), seguidos de TA (RP=2,52; IC95%=1,23-5,17) e ACS (RP=2,44; IC95%=1,19-5,00). No estrato de jornada >40 horas, houve associação de IFL com o sexo feminino (RP=1,67; IC95%=1,17-2,37) e TE (RP=1,60; IC95%=1,01-2,52), com diminuição do poder de associação em comparação àqueles com menor jornada. Conclusão: A IFL está associada à categoria profissional e jornada semanal de trabalhadores(as) da APS. É preciso estimular a prática de atividade física no lazer, reconhecido fator protetor para doenças crônicas não transmissíveis.