Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Avaliar a associação entre a qualidade da dieta com marcador de aterosclerose subclínica, a espessura médio-intimal da carótida (EMIC). Métodos: Trata-se de uma análise transversal com dados do baseline do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Foram incluídos os participantes com informações do EMIC e de consumo alimentar (n=10.517). A qualidade da dieta foi acessada por meio do Healthy Eating Index 2015 (HEI-2015), um índice que possui 13 itens e que varia de 0-100 pontos em sua pontuação total. Na presente análise, o HEI-2015 foi avaliado em quintil e o EMIC foi considerado como a média dos valores médios da esquerda e direita e foi dicotomizado em valores abaixo do percentil 75 (<P75) e valores iguais ou acima ao percentil 75 (>P75), indicando valores normais ou anormais, respectivamente. As associações foram testadas por meio de modelos de regressão logística múltiplos ajustadas para potenciais variáveis de confusão. Resultados: A média do HEI-2015 foi de 60,3 (IC95% 60,1:60,4). Cerca de 24% apresentaram EMIC anormal. Os participantes com maior aderência ao HEI-2015 possuem 16% (OR 0,84; IC95% 0,71:0,99; p=0,048) menos chance de apresentar EMIC anormal, quando comparados àqueles indivíduos com menor aderência, independente de sexo, idade, hábito de tabagismo, consumo de bebida alcoólica, prática de atividade física e presença de doenças crônicas (diabetes, hipertensão e dislipidemia). Conclusão: Os resultados deste trabalho demonstram que indivíduos com maior qualidade da dieta possuem menor chance de terem anormalidades em marcador de aterosclerose subclínica, contribuindo com achados na relação entre dieta e aterosclerose.