Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Verificar a associação entre força muscular relativa (FMR) e hipertensão arterial sistêmica (HAS) na população adulta. Métodos: Estudo transversal (n=1516, 20-59 anos) com participantes de ambos os sexos, integrantes do Study of Health in Pomerode/SC - SHIP-Brazil. A variável dependente foi a HAS, estabelecida pela pressão arterial ≥140/90 mmHg e/ou o uso de medicação anti-hipertensiva. A FMR, tomada como variável independente, foi mensurada por meio do dinamômetro Jamar Plus®; a FMR baixa foi definida através do ponto de corte <0,45 kg/força/massa corporal para homens e <0,29 kg/força/massa corporal para mulheres, conforme quartil inferior da amostra. As variáveis de ajustes foram: faixa etária, etnia/cor, cultura alemã, tabagismo, consumo de álcool, nível de atividade física moderada à vigorosa e índice de massa corporal. Foram realizadas análises brutas e ajustadas por regressão de Poisson com razão de prevalência (RP) e intervalo de confiança (IC) de 95%. Resultados: Pessoas com HAS apresentaram FMR reduzida em relação às pessoas normotensas. Após ajustes e estratificação por sexo, os homens com FMR baixa apresentaram RP 1,10 (IC95%: 1,01-1,20) vezes maior para HAS quando comparado com aqueles com FMR normal. Nas mulheres, a RP foi 1,24 (IC95%: 1,14-1,34) maior para HAS. Conclusões: A FMR pode ser uma importante ferramenta para avaliação de progressão da HAS e um possível indicador para análise da saúde e do bem-estar pessoal. Ainda, os dados apresentados podem servir de embasamento para elaboração de políticas públicas que promovam atividades físicas específicas com o intuito de melhorar a força muscular da população hipertensa.