Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Estimar a prevalência do acompanhamento regular com profissional da saúde para o manejo da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), de acordo com variáveis sociodemográficas, comportamentais e utilização de serviços de saúde. Métodos: Estudo transversal, de base populacional, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Foram incluídos indivíduos com 40 ou mais anos, com diagnóstico médico autorreferido de DPOC, os quais foram questionados sobre a realização de acompanhamento regular com profissional da saúde. As estimativas foram expressas em frequência relativa, com intervalos de 95% de confiança (IC95%), considerando o desenho amostral da pesquisa. Resultados: Foram entrevistados 90.383 indivíduos, dos quais 989 atendiam ao critério de inclusão. Menos da metade (45,1%) relatou acompanhamento regular com profissional da saúde. Indivíduos com 60 ou mais anos apresentaram maior frequência (50,9%, p<0,001). Apesar de não ter sido encontrada diferença estatisticamente significativa, o acompanhamento regular foi mais frequente entre os pertencentes ao maior quintil (mais ricos) de riqueza do que entre os pertencentes ao menor (49,4% vs. 38,1%, p=0,501) e entre os indivíduos que autoavaliaram sua saúde como muito ruim (51,1%, IC95% 34,4–67,5%, p>0,001). Residentes da região Nordeste do país apresentaram a menor prevalência de acompanhamento (30,3%, IC95% 21,3–41,2, p= 0,173). Conclusões: A prevalência de acompanhamento regular com profissional da saúde para o manejo da DPOC estava aquém do ideal em 2019. Enfatiza-se a necessidade de ações estratégicas que visem a garantia da disponibilidade e do acesso a serviços e intervenções em saúde como esse, especialmente nas populações mais pobres.