50161

VALIDADE DA MEDIDA GLICÊMICA POR GLICOSÍMETRO PELAS VIAS ARTERIAL, VENOSA CENTRAL E CAPILAR NO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA

Favoritar este trabalho

Introdução: Sabe-se da importância da acurácia e fidedignidade quanto à mensuração glicêmica em pacientes críticos, devido aos efeitos deletérios que a hiperglicemia e a hipoglicemia podem representar nesta população. A medida laboratorial tem sido o padrão ouro de pesquisas realizadas para testar a acurácia da medida glicêmica no paciente crítico. Contudo, é entendido que a medida por glicosímetro é a medida mais amplamente utilizada em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Objetivo: Validar a correlação entre as medidas glicêmicas aferidas em glicosímetro pelas vias arterial, venosa central e capilar com a medida glicêmica do laboratório e identificar fatores relacionados ao desvio entre as medidas capilar por glicosímetro e a medida do laboratório central. Método: Estudo de validade, realizado na Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A coleta de dados foi prospectiva realizada no período de 28 de Outubro a 12 de Dezembro de 2015. A amostra foi de conveniência composta de 63 pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Foi utilizado o coeficiente de correlação de Pearson para a correlação entre as medidas glicêmicas e para variáveis quantitativas foram apresentadas em tabelas e quadros gráficos com frequências (absolutas e relativas) e comparadas pelos testes Exato de Fisher e Qui Quadrado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da instituição n.º 50046415.8.0000.0068. Resultados: A média glicêmica da amostra laboratorial obteve o valor de 149,3mg/dl. Foi encontrada forte correlação entre a medida arterial por glicosímetro e a medida do laboratório central r=0,759 (p<0,001). A medida glicêmica capilar apresentou grande discordância da medida glicêmica do laboratório r=0,307 (p=0,014). A saturação venosa de oxigênio (SVO2) foi o fator que diferiu entre as medidas com e sem desvio (p=0,010). Conclusão: As medidas realizadas com glicosímetro pela amostra capilar e do cateter venoso central apresentaram correlações fraca e moderada com a medida de referência e assim podem ser consideradas inapropriadas para realizar esta medida. A medida arterial foi a mais próxima da medida de referência com melhor correlação e portanto consiste na melhor alternativa neste momento do pós-operatório. A SVO2 foi o fator relacionado com o desvio da medida capilar quando comparada à laboratorial.