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PERCEPÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DIANTE DAS EMERGÊNCIAS HOSPITALARES PRESENCIADAS PELOS FAMILIARES.

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Introdução: A presença do familiar durante o atendimento de emergência pode trazer benefícios sem impactar no atendimento ao paciente. Apesar de opiniões contrárias, sua presença durante a emergência não deve interferir nos esforços médicos e pode ajudar no processo de luto, assegurando aos familiares que a equipe de enfermagem realizou tudo o que era possível. O objetivo do estudo foi identificar os sentimentos que a equipe de enfermagem vivencia ao realizar o atendimento de emergência diante da presença do familiar do paciente. Método: Tratou-se de uma pesquisa qualitativa com análise do discurso de Bardin. A amostra foi constituída por enfermeiros e técnicos com mais de um ano de atuação na Unidade de Terapia I. Após a autorização da instituição e aprovação do projeto pelo COEP nº 46/2015 iniciou-se a coleta de dados. Para a coleta foi utilizado um questionário com perguntas abertas para enfermeiros e técnicos de enfermagem. Resultados: No total foram realizadas 21 entrevistas, estabeleceu-se 2 categorias: Categoria A - Discordam da Participação do Familiar, composta de 2 Subcategorias A1: Prejuízo ao Atendimento da equipe e A2: Prejuízo Emocional ao Familiar. A categoria nomeada de B - Concordam com a Participação do Familiar. Os profissionais de enfermagem que discordaram, relataram que a presença do familiar durante o atendimento ao paciente em situação de emergência provoca desconforto, distração da equipe além de interpretações inadequadas dos procedimentos utilizados durante o atendimento. A integridade emocional do familiar, a insegurança durante o atendimento e o impacto emocional do acompanhante, também surgiu como argumento desfavorável para sua presença durante o atendimento. Categoria B - Concordam com a Participação do Familiar: verbalizaram o direito como fator de permissão da permanência do familiar. Discussão: Os profissionais de enfermagem demonstraram que a presença do familiar durante o atendimento ao paciente em situação de emergência causaria desconforto e distração da equipe, podendo atrapalhar na execução do atendimento, assim como observado em outros estudos. Outro aspecto é o de poder influenciar na decisão de prolongar um esforço de reanimação fútil ou pressionar a equipe a parar uma reanimação prematuramente, acarretando num aumento do nível de estresse entre os funcionários durante o esforço de reanimação. Por outro lado alguns estudos afirmam que a participação do familiar ao atendimento traz benefícios, pois este pode observar que todo o possível foi realizado, assim tem a possibilidade de trabalhar e aceitar o luto de modo mais fácil. Conclusão: Diante da falta de estrutura física e suporte emocional ao familiar somado ao desconhecimento e preparo dos profissionais do estudo sobre as necessidades, vantagens e benefícios dessa ação, percebe-se que é mais benéfico a não liberação da sua permanência, pois deste modo tornar-se-á traumática ao familiar gerando impacto negativo sobre a equipe assistencial.