50137

GERENCIAMENTO DE QUEDA EM HOSPITAL ESCOLA DA ZONA LESTE DE SÃO PAULO

Favoritar este trabalho

Introdução: Para caracterizar queda consideramos a definição da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) que a define como deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em tempo hábil, provocada por circunstâncias multifatoriais que comprometem a estabilidade. Objetivo: Analisar a incidência de queda dos pacientes internados em um hospital escola de grande porte e nível terciário localizado na zona leste de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo documental, descritivo e retrospectivo, que considerou as quedas notificadas no período de 01 de janeiro de 2015 a 30 de junho de 2016. Os dados foram coletados do instrumento de auditoria de queda, preenchido a cada evento pelo supervisor da área. O protocolo é valido para todos os setores que totalizam 730 leitos, com diferentes especialidades e grau de complexidade. Resultados: Foram analisadas 398 quedas. A incidência no período variou de 0,62 a 1,8, sendo que 60% ocorreram no período noturno, 23% durante a manhã e 17% à tarde. Quanto à classificação prévia do risco, baseada na escala de Downton, 51% foram classificados como pacientes de risco, 44% de alto risco e 5% sem risco. Setenta e cinco por cento dos não estavam acompanhados no momento do evento. O uso de medicamentos que favorecem a queda esteve presente em 68% dos casos, destes 40% alteram o sistema nervoso central, 30% são anti-hipertensivos, 15% diuréticos e 15% pertencem a outras classes medicamentosas. Discussão: A variação de incidência de queda pode variar de 1,4 a 13,0 para cada 1000 pacientes por dia, porém um hospital Universitário de nível terciário mostrou valor de 0,3. É esperado que pacientes avaliados com maior risco de queda caiam mais, mostrando sensibilidade da avaliação. Paiva et al. e Costa et al., em estudos semelhantes, também encontraram maior incidência de queda no período noturno, reforçando a necessidade de traçar estratégias específicas para este período. A maioria dos pacientes estava desacompanhado no momento da queda, frente este dado estão sendo testadas ações que promovam a presença de um familiar ou cuidador por maior período. Estudo realizado em um hospital particular, onde a permanência de acompanhantes é liberada, eles foram considerados um fator facilitador para queda, o que nos leva a refletir que não basta estar junto, deve haver envolvimento no processo de cuidado. O uso de fármacos mostrou forte relação com a queda, a reconciliação medicamentosa é descrita como prioritária para segurança do paciente, quando há queda é indicado rever a medicação prescrita, podendo sempre que possível alterar ou até mesmo suspender, prevenindo assim novas ocorrências. O mesmo se aplica aos pacientes que utilizam quatro ou mais fármacos ou que fazem uso de psicofármacos. Conclusão: Incidência de queda é um dos indicadores mais sensíveis do cuidado de enfermagem. Conhecê-lo permite implantar medidas de prevenção e monitoramento.