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O presente texto é uma tentativa reflexiva de delineamento de uma hermenêutica de testemunho (RICOEUR, 1994) na compreensão do trabalho dos jornalistas na cobertura da Covid-19 no Estado do Pará. Nesta perspectiva, identificamos esses profissionais como testemunhas do tem-po presente, informantes de fatos e eventos concretos, ou seja, da verdade factual que constitui a vida social, diante de um grave período vivido no Brasil, seja pela negação dos fatos pelas autoridades governamentais, seja pelo enfrentamento do medo ou da morte. O testemunho é entendido como ação de testemunhar, de relatar ou referir o que se viu, ouviu e sentiu. Como visada teórica e metodológica recorremos à entrevista narrativa (JOVCHELEVITCH; BAUER, 2008), com a escuta de sete jornalistas e suas experiências como testemunhas da pandemia nos anos 2020 e 2021. Observamos em seus relatos o profissional e suas subjetividades em luta con-tra o vírus e em defesa da responsabilidade de informar.
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