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LEUCOAFÉRESE TERAPÊUTICA NA LAMINITE INDUZIDA POR OLIGOFRUTOSE: EFEITOS SOBRE A INFILTRAÇÃO LEUCOCITÁRIA E O DANO LAMELAR

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Com a hipótese de que a leucoaférese tem efeito benéfico na laminite equina, objetivou-se quantificar as intensidades da infiltração leucocitária e do dano lamelar em cavalos submetidos ao modelo de oligofrutose. Doze equinos clinicamente sadios foram submetidos à indução de laminite por oligofrutose, sendo aleatoriamente divididos em grupos controle (n=6) e tratado (n=6). Nos tratados, doze horas após a indução, os animais foram submetidos a protocolo de leucoaférese por sistema de coleta por fluxo contínuo com duplo acesso venoso seguida por fluidoterapia enteral. Biópsias de casco foram obtidas antes (T0) e 12 (T12), 36 (T36) e 60 (T60) horas após indução. Realizaram-se exames histológicos (H&E e PAS) e os leucócitos foram marcados e quantificados por imuno-histoquímica para calprotectina. Os equinos controles sobreviveram apenas até T36, enquanto que não houve óbito durante o período experimental nos equinos tratados. Nas amostras T36 do grupo controle, as contagens leucocitárias foram superiores a T0 (22 vezes, P=0,007) no mesmo grupo e às do T36 do grupo tratado (P=0,009). Aumentos nos escores de lesão em relação aos valores basais foram detectados em T36 nos controles. Nos tratados, tal aumento ocorreu apenas ao final do período experimental (T60). Também observou-se que amostras com descolamento de ceratinócitos da membrana basal apresentaram 8 vezes mais leucócitos que amostras sem este tipo de lesão. Os achados corroboram resultados prévios de que a infiltração de leucócitos precede as principais lesões estruturais no tecido lamelar. Em conclusão, demonstrou-se o potencial de uso da leucoaférese terapêutica na laminite séptica em equinos.