Quimioterapia contra Leishmania amazonensis utilizando o Metalocomplexo de Cobalto (A3310)

Vol 3, 2022 - 148970
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Resumo

A leishmaniose tegumentar (LT) é um complexo de doenças causadas por várias espécies do protozoário do gênero Leishmania, da família Trypanosomatidae, transmitida por Subfamílias de flebotomíneos. No Brasil, a LT é causada principalmente por Leishmania, braziliensis, L. amazonensis e L. guyanensis, A leishmaniose é uma doença endêmica em 97 países, incluindo o Brasil, considerada um grave problema de saúde pública. Nos últimos anos, a leishmaniose tem apresentado um número crescente de casos, principalmente em regiões urbanas. O tratamento da LT no Brasil consiste no uso de antimoniais pentavalentes e anfotericina B (AmB), medicamentos considerados de alto custo, tóxicos e de administração parenteral, que apresentam uma variedade de efeitos colaterais, bem como cepas resistentes a medicamentos. Recentemente, a miltefosina (MF) foi aprovada para o tratamento clínico da LT no Brasil, embora ainda não esteja disponível no Sistema Único de Saúde. Desse modo, é necessário estudos que visem tratamentos alternativos, como o uso de metalacomplexos. Os metalacomplexos são compostos com núcleo de metal, podendo ser coordenados com ligantes orgânicos. Compostos de coordenação como metalocomplexos, já foram testados contra Leishmania spp., Toxoplasma gondii e Trypanosoma cruzi, possivelmente sendo uma alternativa interessante para terapia antiparasitária contra L.amazonensis. Neste estudo, foi verificado in vitro a efetividade do complexo A3310, com núcleo de cobalto, sobre a população de promastigotas de L.amazonensis (cepa WHOM / BR / 75 / Josefa). Os parasitos foram tratados com os complexos em diferentes tempos e concentrações e analisados por microscopia óptica e eletrônica. Foram realizados testes de toxicidade in vitro, através do método MTT para verificar o efeito desse complexo sobre a célula hospedeira. Os valores de IC50 obtidos foram 4,9 µM, 2,07 µM, 2,77 µM e 1,86 µM, após 24, 48, 72 e 120 h de tratamento, respectivamente. Baixa citotoxicidade para a célula hospedeira LLC-MK2 foi encontrada, resultando em um valor de CC50 de 2 mM, após 48 h de tratamento. A análise ultraestrutural do parasito após o tratamento mostrou que a membrana externa da mitocôndria apresentava inchaço e disposição anormal ao redor do cinetoplasto. O complexo apresentou baixos valores de IC50 afetando as mitocôndrias, organela essencial para a sobrevivência do parasito e alto valor de CC50 para a célula hospedeira. Esses resultados destacam o complexo A3310 como um novo protótipos de fármaco contra promastigotas de L.amazonensis e abrem perspectiva para investigar melhor os mecanismos de ação deste complexo, bem como o efeito sobre formas amastigotas do parasito.

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Instituições
  • 1 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
  • 2 Universidade Federal de Santa Catarina
Eixo Temático
  • 1.1 UENF - Ciências Biológicas (CBB): 2. Biociências
Palavras-chave
Leishmania amazonensis
Metalacomplexos
Leishmaniose