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O bioma Mata Atlântica possui atualmente 323.815,13 km², menos de 20% de sua cobertura florestal original, formada por remanescentes intensamente fragmentados. Este estudo objetivou quantificar os padrões de fragmentação da Mata Atlântica usando uma Análise de Padrões Espaciais Morfológicos (MSPA). A análise dos dados espaciais permitiu a elaboração de um mapa de fragmentação com resolução de 30 m para florestas maduras e secundárias cobrindo toda a Mata Atlântica. Os dados do MapBiomas foram usados como input para extrair a cobertura da formação florestal de 1985 (mais antiga) e 2020 (mais recente). Considerando uma largura de borda de 300 m, foi classificada e calculada a área de fragmentação para métricas comumente usadas, como núcleo, borda, ilha, mas também para corredor interno, corredor externo, apêndice florestal (métricas específicas que determinam padrões de fragmentação na paisagem). Constatou-se que 86% (290.468,37 km²) da floresta remanescente não representa áreas núcleo. Corredor interno (projeções florestais fora das áreas núcleo conectando duas áreas núcleo diferentes) foi o mais representativo totalizando 38% (123.447,02 Km²) do total de remanescentes, seguido por ilha (manchas de floresta desconectadas cercadas por grandes áreas não florestais) com 35% (53.360,46 Km²). As florestas secundárias contribuíram para todas as métricas da paisagem, especialmente ilhas (53%) e corredor interno (32%). A análise de transição (1985 - 2020) mostrou que o núcleo é mais frequentemente convertido para corredor interno, que por sua vez pode ser frequentemente desmatado ou convertido para ilha mais do que outras classes de fragmentação. O corredor interno é uma métrica que representam áreas de transição com potencial de planejamento devido à possibilidade de serem convertidas em áreas núcleo por meio da regeneração natural. A classe ilha representam áreas de floresta ameaçada pela degradação e efeito de borda. No entanto, essas duas métricas florestais podem ser gerenciadas na criação de conectores de paisagem, situados em áreas estratégicas ou fitofisionomias onde a paisagem é mais desconectada. Os Núcleos representam áreas que ainda não estão fragmentadas e precisam de atenção prioritária para conservação, pois apenas 64% encontram-se em unidades de conservação, havendo risco de desmatamento ou conversão para outras métricas. As perdas de C contabilizadas no período analisado totalizaram 1.628 TgCO2, sendo 818 TgCO2 por desmatamento e 810 TgCO2 por efeito de borda. A absorção de carbono pelo crescimento das florestas secundárias foi estimada em 1346 TgCO2, não sendo suficiente para neutralizar as emissões. Nosso trabalho fornece informações críticas, espacialmente explícitas, atuais e relevantes para a conservação e manejo do bioma Mata Atlântica.
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