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A presente pesquisa busca articular questões sobre religião, pobreza e violência referentes às condições e modo de vida da população residente em conjuntos habitacionais em área da periferia de Campos dos Goytacazes RJ. Busca-se interpretar as ações dos pentecostais nos contextos de moradias em um dos conjuntos habitacionais do Programa Morar Feliz, da prefeitura de Campos dos Goytacazes - RJ. Para essa pesquisa estava prevista a realização do trabalho de campo em micro igrejas, que envolveria a observação participante e também a aplicação de um survey. Em virtude da continuidade da pandemia do Coronavírus, as condições para a execução do trabalho de campo nos conjuntos habitacionais continuaram impraticáveis. Para dar continuidade às atividades de pesquisa foi adotada uma nova abordagem para buscar compreender a expressão da religiosidade de jovens integrantes do Força Jovem Universal no contexto da pandemia, a partir de levantamento de informações em redes sociais do grupo no facebook. A partir da perspectiva metodológica de Bottino, Scheliga e Menezes (2020), acerca da realização da etnografia por meio de redes sociais e aplicativos de mensagens, foram coletados dados relativos aos anos de 2020 e 2021 da página da FJU e analisadas com base na revisão bibliográfica realizada. Notou-se ao decorrer dos dois anos de referência da coleta de dados um alto volume de postagens, inicialmente contendo convites à eventos no modelo remoto e posteriormente – a partir do segundo semestre de 2020 – contendo convites à eventos presenciais. Apesar de serem feitos tais convites para eventos presenciais, não houve em qualquer postagem alguma informação relativa às medidas sanitárias de segurança ou ao distanciamento recomendado para o evento. O tema “vacinação” ou “pandemia” era quase inexistente dentro do conteúdo postado nas redes, tendo sido citado somente uma vez, em março de 2020, quando foi declarada a situação pandêmica e as aglomerações foram proibidas. Contudo, durante os dois anos analisados, ações sociais foram realizadas com grupos que se encontravam em situação de vulnerabilidade social ou alimentar, pois como aponta Mesquita e Pinheiro (2021), a expansão do pentecostalismo – e consequentemente seu campo de atuação – se deu em um contexto de vulnerabilidade. O espaço de atuação do pentecostalismo oferece ações agregadoras que geram laços para seus membros dentro do contexto social e, por consequência, produzem “canais de fluxos de recursos materiais e simbólicos”. Ao analisar as ações da FJU no contexto de pandemia percebe-se como esse conjunto de auxílio sociais foi um elemento imprescindível para a permanência dos jovens no contexto religioso.
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