SIMULAÇÃO DE INUNDAÇÃO COSTEIRA EM CENÁRIOS DE ELEVAÇÃO DO MAR: VULNERABILIDADE E SUSCEPTIBILIDADE SOCIOAMBIENTAL E ECONÔMICA EM SÃO JOÃO DA BARRA, RJ

- 135017
Pós-Graduação-Oral
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Resumo

No contexto das mudanças climáticas, a identificação de áreas alagáveis nas Zonas Costeiras (ZCs) é essencial para a elaboração de planos de gestão capazes de minimizar os impactos associados à elevação do Nível Global Médio do Mar (NGMM). O objetivo deste trabalho foi simular a vulnerabilidade e susceptibilidade socioambiental e econômica à intrusão marinha em São João da Barra, considerando dois cenários previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) para o período 2081-2100: "otimista" (elevação do NGMM de 0,26 a 0,55m) e "pessimista" (0,45 a 0,82m). Os principais procedimentos metodológicos adotados com QGis 3.14.1® foram a construção de banco de dados para a representação das unidades de paisagem e a ponderação de variáveis que condicionam as inundações (hipsometria e relevo), a partir de arquivos vetoriais (com informações topográficas, cartográficas, hidrográficas e censitárias) e dados matriciais. Os resultados apontam que, dos 453,00 km2 de território são-joanense,146,00 km2 (32,20%) e 193,00 km2 (42,60%) serão inundados a partir de elevações de 0,26 e 0,55m, respectivamente. Já nos intervalos de 0,45-0,82m, a área inundada seria de 179,00 km2 (39,51%) a 253,00 km2 (55,85%). A elevação no intervalo 0,26-0,82m pode inundar até 104,10 km2 (55,66%) da área total do 50 Distrito (187,01 km2) e tornar 16,46 km2 (42,81%) do território da RPPN Caruara (38,44 km2) suscetível a inundações. Nos cenários "otimista" e "pessimista", o Porto do Açu perderia entre 50 (9,52 km2) e 60% (11,52 km2) de sua área total de 19,20 km2, respectivamente. As áreas de maior vulnerabilidade ambiental concentram-se nos manguezais (com até 98% de sua área inundável) e várzeas, as quais estão localizadas em menores altitudes quando comparadas com outros padrões de relevo como a restinga. As regiões mais afetadas economicamente nos dois cenários são aquelas onde vivem os agricultores familiares, grupo social já impactado pelos processos de desapropriações e salinização ocasionados pela implantação do Porto do Açu. Com base nos resultados obtidos, é possível concluir que (i) devido às suas configurações geológicas e ambientais (baixa altitude, exposição à dinâmica oceânica, processos erosivos, ecossistemas sensíveis), a ZC são-joanense é vulnerável a eventos climáticos extremos associados à elevação do NGMM; (ii) o agravamento decorrente da inundação terá reflexos sobre áreas de baixa altitude urbanas e rurais e em ecossistemas naturais; (iii) como consequência desta elevação, até 2100 o município poderá perder mais da metade de sua área territorial; e (iv) caso não sejam tomadas ações de contingenciamento, haverá grandes perdas econômicas e ambientais.

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Instituições
  • 1 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Eixo Temático
  • 6 PPG Ecologia e Recursos Naturais
Palavras-chave
Inundação costeira
Mudanças climáticas
Impactos