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Ecomapa na territorialização: uma avaliação de dois pacientes

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Introdução: A territorialização como um instrumento utilizado na prática da saúde pública gera subsídios para elaboração de estratégias em saúde, através do mapeamento das áreas de abrangência da Saúde da Família, fornecendo informações aos gestores públicos sobre as condições referentes à qualidade de vida da população, os quais em posse desse conhecimento irão elaborar o plano de estratégia de saúde da família.
Conhecer a estrutura da família, sua composição, como os membros se organizam e interagem entre si e com o ambiente, os problemas de saúde, as situações de risco, os padrões de vulnerabilidade, é vital para o planejamento do cuidado à saúde da família. A aplicação de instrumentos como o ecomapa, fornece uma visão ampliada, desenhando a estrutura de sustentação e retratando a ligação entre a família e o mundo, o que possibilita ordenar as informações sobre esse contexto, de forma prática, para o cuidado da saúde centrado na família.
Objetivos: Demonstrar a utilização das ferramentas de ecomapa e territorialização como instrumentos auxiliares para avaliação rápida e global de dois pacientes portadores de hanseníase , e comprovar, por meio destas, que distância física ou barreiras geográficas não são impeditivas à adesão ao tratamento da doença crônica em questão, além de evidenciar a necessidade de maior aplicação e associação dessas ferramentas nas APS pelo médico de saúde de família e comunidade.
Metodologia: Dois participantes da pesquisa foram selecionados através de uma busca junto à USF Pedra 90 III no município de Cuiabá, com base nos seguintes critérios: ser usuário do SUS-MT, portador de hanseníase e cadastrado na referida unidade.
Os indivíduos foram entrevistados no mês de abril de 2017 na USF Pedra 90 III, através de anamneses detalhadas. O procedimento de análise se deu após a realização das entrevistas, o que proporcionou um panorama geral da constituição e relações do paciente com seu território.
A leitura do texto embasou a construção de quadro descritivo-analítico dos relacionamentos dos doentes. Nas interpretações destes quadros foram destacados os núcleos de cuidado dos pacientes ao longo de sua experiência de adoecimento, envolvendo os familiares, vizinhos, igreja, parque, mercado e bares, sendo estes os que participaram mais diretamente no amparo de processo da doença. Diante disso, os dados foram elencados no ecomapa, o qual foi esboçado em programa de imagens Google Maps® e Photoshop®.
Conclusão: O ecomapa comunitário, em conjunto com a territorialização, tem aplicações práticas no cotidiano da saúde da família, auxiliando no diagnóstico comunitário, o qual é etapa fundamental no trabalho do médico de Família e Comunidade e da equipe como um todo. Além disso, resume informações úteis para o acompanhamento do paciente. A sua utilização permite que a equipe visualize seus recursos disponíveis, identifique as relações que podem ser trabalhadas, além de otimizar e fortalecer o vínculo com a comunidade.