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Antropometria e perfil epidemiológico para doenças crônicas não transmissíveis em funcionários de duas empresas privadas de Sinop-MT.

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As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) possuem diversas etiologias. Entre elas, o acidente vascular encefálico, o infarto agudo do miocárdio, o câncer, o diabetes melitus, as doenças respiratórias crônicas e a obesidade, são consideradas as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 68% dos óbitos em 2010. As DCNT são resultado da associação de diversos fatores, determinantes sociais e condicionantes, bem como riscos individuais. Se destacam os fatores de risco modificáveis: tabagismo, alimentação, atividade física e uso de bebidas alcoólicas. No Brasil, dados de 2007 mostraram que a taxa de mortalidade por DCNT foi de 540 óbitos por 100 mil habitantes, o que representa 72% de todos os casos de morte. O projeto Medicina na Comunidade tem como meta combater as doenças crônicas não transmissíveis na população de Sinop, Mato Grosso, especialmente às cardiovasculares e metabólicas, por meio de ações de promoção à saúde. O projeto contou com a participação de duas empresas privadas, onde foram realizadas as avaliações antropométricas e estado nutricional. Foram avaliados 51 participantes, onde constatou-se que a pressão arterial de 82% estava normal (≥ 140/90 mmHg) e 16% com a pressão igual ou superior a 140/90 mmHg, o que pode ser um indicativo de hipertensão arterial. O índice de massa corporal revelou 27,4% de sobrepeso, 13% de obesos e 9% abaixo do peso adequado para a estatura. Os valores de glicemia demonstraram que 60% dos funcionários estão dentro da normalidade, seguido de 33% com glicemia entre 100 e 126 mg/dL, os quais são enquadrados como pré-diabéticos e 5% com glicemia acima de 126 mg/dL, os últimos revelaram ser diabéticos e não seguir o tratamento de forma correta. A relação cintura-quadril, que revela o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, mostrou 31,3% com baixo risco, 23,5% com risco moderado e 45% com alto risco. O questionário de anamnese alimentar revelou que 91% dos funcionários devem ficar atentos aos seus hábitos alimentares, sendo que desses 68% estão com hábitos regulares, 23,5% com hábito ruim e apenas 8,5% com hábitos adequados. Pela análise das respostas obtidas por meio do questionário observou-se o seguinte perfil epidemiológico: 72% são do sexo masculino, mais de 90% estão entre a faixa etária de 17 a 40 anos, brancos representam 35%, pardos 52,9, 66,6% possuem ensino médio completo e 29,4 possuem renda familiar de 2 a 5 salários mínimos. Além disso, notou-se que a incidência de tabagismo foi de 3,92, consumo de bebida alcoólica de 62%, não prática de atividade física de 40,3%. No que tange a patologia referida constatou-se pressão arterial alta em 7,8, diabetes em 5% constipação em 1,96 e osteoporose em 0%. Levando-se em consideração os fatores de risco modificáveis, estratégias podem ser tomadas afim de prevenir a incidência e diminuir a morbimortalidade dos desfechos associados às DCNT. Os funcionários receberam um cartão com os dados aferidos, e assistiram palestras educativas sobre hipertensão, diabetes e hábitos alimentares. Os hipertensos e diabéticos foram instruídos a procurarem o médico para realização de exames complementares e seguindo terapêutico.