TELESSAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO A COVID-19 NA PARAÍBA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Vol 4, 2021 - 137290
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Resumo

Resumo

Introdução: O Brasil e o mundo estão diante de uma epidemia que rapidamente se tornou uma pandemia. Houve a necessidade de desenvolver estratégias específicas para conter a propagação do vírus. Objetivo: Relatar a experiência do residente em saúde coletiva em uma estratégia de enfrentamento à COVID-19 em uma Central de teleatendimento que dá suporte aos 223 municípios do Estado da Paraíba. Método: Estudo descritivo desenvolvido a partir da reflexão das experiências dos residentes em saúde, entre os meses de abril e julho de 2020, baseado nos registros pessoais, diário de campo, relatorias de práticas interprofissionais. Resultados: Observou-se nos atendimentos remotos a prática do cuidar em saúde pautada na escuta qualificada e humanizada, promovendo o acolhimento do usuário mesmo sem estar diante do profissional. Voltados para pessoas que apresentaram sintomas gripais e outras complicações, registro de eventuais denúncias de pessoas, grupos ou instituições que não colaboravam com a prevenção ou controle da doença. Considerações: Esta ferramenta se constituiu uma solução inovadora de tecnologias e prestação de serviços com escuta qualificada e humanizada contribuiu para minimizar as dúvidas sobre a doença fortalecendo a saúde pública na pandemia da covid-19.

Introdução

Introdução: O Brasil e o mundo estão diante de uma pandemia originada na China, em Wuhan. A doença se espalhou exponencialmente devido ao alto poder de contágio do novo vírus SARS COV-2, causador da COVID-19 (1). Diante do novo contexto, houve a necessidade de readequar os serviços de saúde em todo o mundo, bem como, desenvolver estratégias específicas para conter a propagação do vírus. Na Paraíba, foi desenvolvida uma estratégia de gestão estadual denominada Ligue Corona vinculada à Gerência Executiva de Vigilância em Saúde (GEVS) e ao Centro Formador de Recursos Humanos (CEFOR-RH/PB). Essa estratégia, por lidar de maneira direta e remota com os usuários e pontos da Rede de Atenção à Saúde, trouxe a telessaúde como prática assistencial e de gestão, consolidando uma tecnologia que facilita o acesso à serviços de saúde mediante a nova realidade sanitária do país e do mundo. Nesse sentido, são necessários estudos que abordem tecnologias leves de impacto na saúde que garantam ao profissional de saúde vias de comunicação clara e eficaz.

Objetivos

Objetivo: Relatar a experiência do residente em saúde coletiva em uma estratégia de enfrentamento da COVID-19 em uma Central de teleatendimento, que dá suporte informativo, assistencial e gestor à população dos 223 municípios do Estado da Paraíba.

Metodologia

Método: Estudo descritivo a partir das reflexões sobre as experiências do residente em saúde coletiva, na Central de teleatendimento desenvolvida como parte do plano de enfrentamento à COVID-19, entre os meses de abril e julho de 2020. O presente estudo foi baseado nos registros pessoais, diário de campo, relatorias de práticas interprofissionais e impressões dos residentes em saúde elaborados no decorrer da estratégia. O teleatendimento era realizado por uma equipe multiprofissional de 31 residentes, 28 profissionais da GEVS, e 9 profissionais do CEFOR, distribuídos em plantões de suporte ás 11 linhas da central, com o intuito de captar e registrar usuários sintomáticos respiratórios em tempo hábil, orientá-los sobre o fluxo da RAS, bem como registrar eventuais denúncias de pessoas, grupos ou instituições que não colaboravam com a prevenção ou controle da doença. Resultados e Discussão Resultados: Um total de 5225 ligações (2666 sintomáticos,2403 dúvidas e 156 denúncias) foram registradas no sistema. A partir das reflexões, observou-se a prática do cuidar em saúde pautada na escuta qualificada e humanizada, com acolhimento remoto do usuário. A Política Nacional de Humanização (PNH) enfatiza a produção de saúde e dos atores envolvidos, traduzida no princípio da transversalidade que implica o modo de relação da comunicação entre os sujeitos, na construção de fazer saúde (2). Essa comunicação se dá quando a escuta perpassa o ouvir.(3,4). No que concerne o cenário de pandemia, a PNH fortalece as mudanças necessárias para produzir saúde e fomenta processos de mudanças. Nesse sentido, podemos nos readequar às tecnologias como o teleatendimento, com práticas interprofissionais, fortalecimento da RAS e uso de novas tecnologias em saúde(ferramentas de comunicação instantânea, atendente virtual, plataforma de reuniões virtuais).O teleatendimento orientou a população, esclareceu dúvidas, identificou casos suspeitos, direcionou casos sintomáticos para unidades básicas de saúde, hospitais e unidades de pronto atendimento.

Conclusões / Considerações finais

Considerações: O uso da tecnologia digital favoreceu a produção de saúde e por meio de uma rede de comunicação foi possível chegar nos diversos lares, minimizando as dúvidas sobre a doença. Porém, tecnologia sem compreensão da necessidade do outro não produz resultado. Sendo assim, respeitando e acolhendo a dimensão do ser humano, a escuta qualificada de forma humanizada e resolutiva de demandas trouxe benefícios para o usuário e para a formação do residente em um momento crítico da saúde pública mundial. Os estudos nesse campo devem ser amplamente explorados para elucidar as melhores condutas frente ao novo corona vírus.

Referências

1- Caetano R, Silva AB, Guedes ACCM, et al. Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Cad. Saúde Pública (internet) 2020 jun [acesso 2020 set 2] 36 (5). 2- Ministério da Saúde (Brasil). Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Série B. Textos Básicos de Saúde. Cadernos HumanizaSUS: Formação e intervenção v. 1. Brasília: MS, 2010. 242 p 3-Raimundo JS, Cadete MMM. Escuta Qualificada e Gestão Social entre os Profissionais de Saúde. Acta Paul Enferm. 2012;25(NE 2):61-7 Disponível em Acesso 25/09/20 4- Maynart WHCA, Albuquerque MCS, Brêda MZ et al. Escuta qualificada e o acolhimento na atenção psicossocial. Acta Paul Enferm. Maceió, AL 2014; 27(4):300-3.

Eixo Temático
  • 8. Gestão do Cuidado e de Serviços de Saúde