VERTEBRADOS COLETADOS POR PENEIRAMENTO NO SÍTIO LAJE DO CORINGA, FORMAÇÃO ALCÂNTARA (CENOMANIANO) DA BACIA DE SÃO LUÍS, MARANHÃO

Vol. 2, 2019. - 118450
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Resumo

A Bacia de São Luís localiza-se no norte do Maranhão e se diferenciou das demais bacias formadas na Era Mesozoica do nordeste brasileiro durante o Cretáceo, devido às atividades tectônicas relacionadas à separação dos continentes sul-americano e africano. Dentre as formações que constituem a Bacia de São Luís, encontra-se a Formação Alcântara, formada por sedimentos depositados em um ambiente estuarino. Vários trabalhos descrevem elementos de uma fauna que teria vivido no nordeste da América do Sul no Cenomaniano (99 a 95 M.A), composta por dinossauros, crocodilos, peixes e pterossauros. Entre os fósseis coletados na Formação Alcântara, registrou-se uma expressiva quantidade de pequenos espécimes desarticulados e/ou fraturados que respondem por uma parcela importante dos fósseis ali documentados. Assim, no sentido de otimizar a exumação de fósseis de pequenas dimensões, coletas por meio da técnica de peneiramento (_sieving_) foram feitas entre 2001 e 2003. O material peneirado foi posteriormente triado, limpo e analisado em laboratório. Uma vez identificados e organizados em lotes, os exemplares foram tombados nas respectivas coleções paleontológicas. Distinguiram-se várias categorias dentre o material analisado, sendo o morfótipo mais comum representado por pequenas escamas fusiformes de ganoína, comuns em alguns grupos de peixes do Mesozoico, como os Semionotiformes. São comuns coprólitos de dimensões milimétricas, alguns apresentando formato espiralado e alongado, atribuíveis aos eslamobrânquios. Encontrou-se uma alta variação morfológica de pequenos dentes bucais e rostrais, indicando a presença de grandes grupos de vertebrados, como peixes Pycnodontiformes e Amiidae, raias Sclerorhynchidae, pterossauros do grupo Ornithocheiroidea, além de placas dentárias de pequenos peixes dipnóicos. Estruturas pontiagudas e farpadas apareceram com alguma frequência, interpretadas como espinhos dorsais de Hybodontiformes. A ocorrência de formas continentais juntamente com elementos tipicamente marinhos (e.g. Pycnodontiformes) reforça a interpretação de que os depósitos da Ilha do Cajual representam domínio estuarino. A técnica de peneiramento aplicada aos sedimentos da Laje do Coringa revelaram, portanto, importantes vestígios da diversidade de grupos de vertebrados que compunham a biota da Formação Alcântara. [UFMA, FAPEMA, CPHNAMA].

Instituições
  • 1 Graduando(a), Departamento de Biologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA
  • 2 Departamento de Biologia, Laboratório de Paleontologia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA
  • 3 Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão, São Luís, MA
Eixo Temático
  • Forma: Morfologia e Descrições