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O uso do imaginário para o desvelamento da saúde da criança

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A medicina como ciência e profissão busca constante crescimento e fortalecimento de suas práticas voltadas ao ser humano. Com esse intuito, a Universidade Regional de Blumenau (FURB) desenvolve uma relação entre o estudante e a comunidade por meio de ações voltadas para a promoção de saúde, que perpassam os muros da ESF. Esse relato de experiência busca apresentar uma atividade lúdica desenvolvida com criança do 5 ano fundamental, de uma comunidade carente e de forte presença do tráfico de drogas no município de Blumenau - SC. A atividade proposta foi de que as crianças se auto desenhassem apresentando como se veem e como acreditam ser o seu futuro. Essa atividade tinha como objetivo o empoderamento dessas crianças para escolhas saudáveis e transformadoras da realidade. Durante o decorrer da atividade fomos surpreendidos pela dura realidade desenhada e falada pelas crianças, em seus desenhos elas apresentaram o quotidiano, que segundo Michel Mafessoli é “o modo de vida, a maneira de ser, de pensar, de se situar, de se comportar em relação aos outros e à natureza”. Das 22 crianças, 3 se desenharam atrás das grades/ presas. Outros desenharam com armas na mão. Através desta atividade foi possível trabalhar o imaginário dessas crianças, que Segundo Tholl, 2015 “o imaginário é algo que ultrapassa o indivíduo, que impregna o coletivo ou, ao menos, parte do coletivo” “O imaginário apresenta diversos elementos ou parâmetros: o racional, o onírico, o lúdico, a fantasia, o imaginativo, o afetivo, o não racional, o irracional”. Essa realidade estava longe do que imaginávamos, porém fortaleceu a importância das atividades de educação em saúde, uso de atividade lúdicas como ferramenta para o desvelamento das diferenças sociais e a visão holística da saúde da criança possibilitando práticas inovadoras para transformação da realidade.