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Acões intersetoriais:ferramentas de abordagem comunitária em saúde no Morro dos Macacos.

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Atualmente, mais de um milhão de pessoas, ou seja, quase 20% da população do Rio de Janeiro vivem em favelas. Estas aumentam 2,4% ao ano, contra um crescimento anual de apenas 0,38% comparado ao restante do município. Mais de 11 mil pessoas vivem no complexo que engloba os morros dos Macacos, do Jardim e do Pau da Bandeira. As ocupações no Complexo do Morro dos Macacos começaram na década de 20, induzidas pelo processo de expropriação dos trabalhadores e motivadas pelo fato de que naquela área, longe do Centro e da Zona Sul, o risco de expulsão era menor. A desestruturação da ocupação, caracterizada pela falta de traçado urbano, acessos irregulares e insuficientes, habitações de baixo padrão, precariedade dos serviços públicos e de saneamento básico cuminou com o acúmulo de lixo como um dos principais problemas do Morro dos Macacos. O desafio das ações intersetoriais no Morro dos Macacos vai além da necessidade de melhorar as formas de armazenagem e depósito final do lixo. Despertar nos moradores o interesse e a conscientização sobre ações que reduzam o problema do lixo é iminente pois seu acúmulo em áreas de risco agravam a situação de saúde e segurança da população local. As ações intersetoriais privilegiam a integração de saberes e experiências. Os atores organizacionais e os grupos populacionais tornam-se sujeitos capazes de perceber seus problemas de maneira integrada e de identificar soluções adequadas a sua realidade social. Num contexto de mudança e conscientização, o empoderamento contínuo da população potencializa a vigilância da saúde. A consolidação de aprendizados e o desenvolvimento de alternativas com alcance de resultados observados nas experiências intersetoriais recentes no Brasil demonstram que o mosaico verde lixo do Morro dos Macacos é passível de transformação por meio de ações intersetoriais.