Abordagem interdisciplinar da dor crônica pelas equipes da ESF e do NASF
INTRODUÇÃO: A dor crônica é uma experiência sensorial e emocional desagradável, manifestada diante de lesões teciduais, reais ou potenciais, que ultrapassa o período de três meses. Em alguns casos, o tratamento medicamentoso não é suficiente para promover o alívio da dor, sendo necessária uma abordagem integral do paciente. OBJETIVO: Ressaltar a importância do acolhimento e manejo do paciente com dor crônica pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (EqSF) e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). MÉTODO: revisão de artigos. DISCUSSÃO: A dor crônica possui natureza multidimensional, já que envolve fatores sensoriais, afetivos, autonômicos e comportamentais. Um tratamento efetivo, portanto, deve valorizar o paciente de forma integral e continuada, o que é alcançado quando as equipes da ESF e do NASF trabalham de forma interdisciplinar. Estima-se que 30% da população brasileira têm quadros de dor crônica, reverberando em prejuízos na qualidade de vida. O médico deve avaliar fatores desencadeantes, tratamentos clínicos e cirúrgicos anteriores, quadros de ansiedade e depressão, investigar episódios de violência física, emocional e sexual, realizar avaliações periódicas e modificações farmacológicas necessárias. O fisioterapeuta pode realizar procedimentos de reabilitação, alongamento muscular e orientações posturais. O psicoterapeuta contribui na análise de fatores estressores e técnicas cognitivo-comportamentais. Outros profissionais podem fazer parte do NASF, como terapeuta ocupacional e educador físico, a depender das necessidades locais. Ademais, estudos mostram que outras técnicas auxiliam na efetividade do tratamento, como acupuntura, grupo de discussão presencial e online, e orientação por ligações telefônicas. CONCLUSÃO: Observa-se que há uma carência de serviços especializados para dor crônica, o que aponta para necessidade de capacitação dos profissionais da Atenção Básica para suprir essa demanda. Um tratamento compartilhado pela equipe interdisciplinar é mais eficaz, impactando beneficamente na vida profissional e pessoal do paciente. Aponta-se, portanto, a necessidade de integração entre EqSF e NASF.