ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Introdução: Mesmo na vigência de normatização específica sobre a confidencialidade médica em redes sociais, o que se tem observado é um número expressivo de publicações que vão contra o comportamento ético preconizado. Assim, torna-se necessário o debate sobre a exposição de pacientes em perfis virtuais de estudantes e profissionais da área médica. Objetivo: Analisar a exposição de pacientes por estudantes e médicos em redes sociais. Métodos: Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados SciELO e Lilacs, com os termos "social networking, confidentiality, medical ethics". Os critérios de inclusão consideraram artigos nacionais, publicados entre 2009 e 2019. Resultados: Apenas quatro trabalhos atenderam aos critérios de inclusão, o que demonstra que a abordagem deste assunto em estudos brasileiros ainda é pouco frequente. Em uma pesquisa sobre a exposição da imagem de pacientes por médicos e outros profissionais da saúde no Facebook foi demonstrado que aproximadamente 65% das publicações permitiam a identificação dos pacientes. Já outro estudo, realizado com acadêmicos de medicina constatou que dos 310 entrevistados 13,1% já haviam publicado imagens de pacientes em redes sociais. Em outros dois estudos semelhantes, a frequência encontrada foi de 32,3% e 44%, sendo que um deles demonstrou ainda a relação de tendência inversa entre este comportamento e o ensino de profissionalismo on-line durante a graduação. Conclusão: A exposição dos pacientes resulta em diminuição da confiança nos profissionais e pode estigmatizar condições de saúde, diminuindo a busca por assistência médica. Medidas de educação que abordem profissionalismo e ética on-line durante a graduação tem possivelmente um papel importante no combate a esse comportamento, que traz claros prejuízos às estratégias de promoção e prevenção em saúde, sendo necessários mais estudos para o estabelecimento de uma relação de causa e efeito.