ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Introdução: A qualidade do sono é um importante aspecto da qualidade de vida; em mulheres, esse parâmetro é alterado pela menstruação em 55% do casos (1). Uma das formas de mensurá-la é através de questionários como a "Pittsburgh Sleep Quality Index" (PSQI)(2). Além disso, pode-se avaliar indiretamente a efetividade do sono através da sonolência diurna (SD), que pode ser mensurada pela escala de Epworth. A baixa qualidade do sono e a sonolência diurna interferem nas atividades profissionais, relações familiares e sociais e também podem reduzir o desempenho cognitivo e aumentar o risco de acidentes no local de trabalho ou no trânsito (3). Objetivo: avaliar a qualidade do sono e a sonolência diurna de mulheres de uma Unidade Básica de Saúde de Porto Alegre. Metodologia: mulheres com ciclos menstruais regulares foram selecionadas aleatoriamente e convidadas a responder ao PSQI e à escala de Epworth, após assinatura do termo de consentimento informado livre e esclarecido. Participantes com diagnóstico de depressão maior ou uso de fármacos que compõem seu arsenal terapêutico foram excluídas do estudo. Esse projeto foi aprovado pela Plataforma Brasil e pelo Comitê de Ética local. Resultados: 84 participantes preencheram ao PSQI, as quais apresentaram idade média de 30,16±7,16; dessas, 55% apresentaram baixa efetividade do sono. A escala de Epworth foi preenchida por 83 participantes, cuja idade média foi de 30,23±7,17; dessas, 53% apresentaram valores compatíveis com grande probabilidade de adormecer ao longo do dia ou sonolência excessiva. Conclusões: a prevalência de baixa qualidade do sono em adultos não apresenta diferença entre os sexos e é semelhante (53%) a encontrada em nosso estudo. Em relação à sonolência diurna, nosso dados foram expressivamente maiores do que a média encontrada na maioria dos estudos (0,5 a 14% de distúrbio na população geral) para essa faixa etária.