ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Pesquisadora observou em seu cotidiano de trabalho, como médica em uma equipe de Estratégia de Saúde da Família, que haviam muitas mulheres que estavam com excesso de peso. Sabendo das consequências que isso pode ter, não só físicos, mas, psicológicos, para alguém, se empenhou em conferir e confirmar sua observação. A escolha pelas mulheres se deu por acreditar que elas são as provedoras e cuidadoras do lar e são as mais participativas, quando avaliam-se os grupos de promoção da saúde e prevenção de doenças na Unidade de Saúde da Família. Ao se quantificar idade, peso, altura, IMC, cor da pele (autorreferida), ocupação, renda familiar, situação conjugal, escolaridade, hipertensão (autorreferida), diabetes (autorreferida) e prática de atividade física, observou-se que a prevalência de obesidade estava bem acima do observado do Brasil e no mundo. Pesquisou-se também a associação do excesso de peso com análise dicotomizada das variáveis independentes: idade média menos de 40 anos e 40 anos ou mais), situação conjugal (casada e outros), renda familiar (até 1 salário mínimo e mais de 1 salário mínimo), ocupação (empregada e desempregada), cor da pele autorreferida (branca e não branca), escolaridade (até fundamental completo e a partir de médio incompleto), hipertensão (sim e não), diabetes (sim e não) e atividade física (sim e não). A partir do teste Qui-Quadrado, foi analisada a significância da relação do excesso de peso com as variáveis independentes citadas, sendo positiva para idade, hipertensão e situação conjugal. A avaliação e o conhecimento do estado nutricional de uma determinada comunidade são atitudes necessárias e importantes para se produzir informações reais e compreensíveis que ajudam a analisar a situação de saúde, além de ampliar o conhecimento, o que facilita sua aplicação no processo de planejamento e tomada de decisões.