Proceedings of IX Brazilian Congress of Herpetology

A temperatura influencia vários aspectos da história de vida dos ectotérmicos, tais como fisiologia e comportamento. Assim, ectotermos tendem a ter desempenho locomotor máximo em intervalos ótimos de temperatura ambiente. Aqui, testamos como a temperatura influencia no tempo de resposta ao estímulo, distância de salto e distância total de Lysapsus limellum. Nossa hipótese é de que temperaturas mais extremas aumentarão o tempo de resposta, diminuirão a distância do primeiro salto e que a distância total de salto será maior em temperaturas não ótimas. Montamos uma arena com um gradiente de temperatura entre ± 20 ºC até ± 40 ºC. Para testar nossas hipóteses usamos uma regressão quadrática. A temperatura influenciou o tempo de resposta dos indivíduos (F2,57 = 4,38; r² = 0,10; P = 0,017), a distância do salto (F2,57 = 3,34; r² = 0,07; P = 0,042), e principalmente a distância total percorrida (F2,57 = 14,72; r² = 0,31; P < 0.001). Indivíduos submetidos a temperaturas extremas percorreram maiores distâncias, buscando temperaturas mais amenas. A secção transversal de músculos de anfíbios está totalmente ativa em temperaturas próximas do ótimo para a espécie, o que tende a fornecer maior extensão, possibilitando velocidade de saída e distância de salto maiores. A atividade de músculos esqueléticos é determinada pela enzima citrato sintase, envolvida no ciclo de Krebs, que tem sua atividade reduzida em baixas temperaturas. Nossos resultados podem ajudar a entender como mudanças climáticas podem afetar o desempenho de anfíbios anuros, ao afetarem o seu tempo de resposta e desempenho locomotor.