Objetiva-se apresentar neste trabalho os resultados parciais, de uma pesquisa de cunho histórico, sobre o atendimento nas Clínicas de Condução Infantil, criadas pelo médico-psiquiatra Alfred Adler, no período entre 1922 e 1934, em Viena, na Áustria. Tal escolha se deu pelo interesse em compreender como a Psicologia Individual ou Psicologia Adleriana contribuía para a vida diária escolar das crianças consideradas “dificilmente educáveis” (crianças com dificuldade no processo de escolarização, com deficiência, com questões comportamentais). Principalmente, com base nos conceitos de sentimento de inferioridade, compensação e sentimento de comunidade, cunhados pelo teórico e observados, na experiência profissional da pesquisadora, no trabalho com crianças com deficiência. Diante da análise dos materiais consultados (livros, artigos, cartas, etc.), o recorte apresentado neste trabalho, visa discutir que, ao contrário de muitas outras Clínicas criadas no mesmo período, em outros países, incluindo o Brasil, em anos posteriores, o foco de atendimento das Clínicas Adlerianas pautava-se essencialmente na formação do professor. Concluindo que, ao tentar ressignificar o trabalho realizado nas Clínicas de Condução Infantil, não se objetiva apregoar o retorno das mesmas nos dias de hoje; mas sim, compreender como experiências passadas podem contribuir às práticas atuais, principalmente as relacionadas à educação especial.