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PRÁTICAS DE HIPERVALORIZAÇÃO DE DIFERENTES MODOS DE SER SURDO

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Este trabalho apresenta parte dos resultados de uma pesquisa desenvolvida durante o mestrado do PPGE/UFES, já concluída, que propõe a discutir as práticas de governamento e subjetivação que possibilitam a emergência de uma hipervalorização de diferentes modos de ser surdo na atualidade. Na esteira dessas questões, analisamos as práticas educacionais ministradas pelos docentes no contexto educacional do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS), situado no município de Vitória, Estado do Espírito Santo. Para a realização dessa pesquisa, foram selecionados materiais a partir de um conjunto de documentos, da vivência com a comunidade escolar que constitui esse Centro, das entrevistas abertas, empregadas quando necessário, e das visitas aos outros CAS do Estado (Vila Velha e Cachoeiro de Itapemirim). Partimos da compreensão da hipervalorização de diferentes modos de ser surdo fazendo o uso dos conceitos-ferramentas cunhados por Michel Foucault: governamentalidade, subjetivação e normalização. Problematizamos as práticas produzidas no CAS, que constituem uma hipervalorização de diferentes modos ser surdo no contexto educacional e quais efeitos dessa hipervalorização para o processo de inclusão educacional desse sujeito. Intencionamos reafirmar que as práticas educacionais empregadas pelo CAS podem ser caracterizadas como práticas que regulam e organizam o que os sujeitos surdos fazem, falam ou agem.