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O conceito de compensação na história da cegueira

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Desde os mais remotos tempos, a cegueira sempre foi relatada com um certo ar místico ou de punição – estigma –, especialmente quando se referiam ao "dom especial " que as pessoas cegas possuíam, ou seja, acreditavam que ao perder a visão, automaticamente lhes eram oferecidos sentidos mais aguçados, tais como o tato e a audição. Entretanto, através de uma pesquisa de cunho histórico, pois acredita-se que o caminho percorrido pautou-se em um método que contempla o universo do material historiográfico e de documentos-vestígios do nível do que era pensável em determinado período histórico, para compreensão dos questionamentos ainda presentes, foi possível perceber que o "dom especial" não ocorre de forma tão rápida e precisa, isto é, que da ausência de um órgão, um outro automaticamente compensa as funções perdidas. Durante a compensação há a ocorrência de novos e complexos processos de elaboração, de aprendizado e desenvolvimento, para que de fato a pessoa cega possa realmente começar a usar outros sentidos como fonte de compensação para o sentido que está em falta, ausente. Como marco inicial desta pesquisa, adotou-se os apontamentos teóricos de Alfred Adler e L. S. Vigotski sobre o conceito de compensação, especialmente quando referem-se a este como sendo um processo que avalia as capacidades das pessoas com deficiência, ao invés de priorizar suas limitações, deficiências ou defeitos. Conclui-se que, a compreensão de como o processo de compensação ocorre nas pessoas cegas pode, nas relações entre ensino-aprendizagem, contribuir para traçar um melhor projeto de trabalho para o desenvolvimento desses, aproveitando ao máximo suas habilidades, sem dar ênfase as suas incapacidades/deficiências.