Diversas pesquisas tem sido realizadas nas últimas décadas com a finalidade de estudar as dinâmicas familiares de crianças com diferentes padrões de desenvolvimento, especialmente quando se tratam do aspectos que configuram situações atípicas durante a infância. O estresse familiar faz parte dessa gama de interesses, inspirando a construção de instrumentos de rastreio adaptados à realidade brasileira e numerosa quantidade de estudos que exploram as variáveis envolvidas nas complexas relações das quais o estresse pode ser produto, com a finalidade de apontar para novas práticas, ações e políticas voltadas aos interesses desta população. O objetivo do presente estudo foi explorar as diferenças no estresse familiar percebido por familiares cuidadores de crianças com desenvolvimento típico e atípico, empregando para tanto um instrumento de rastreio que vem sendo estudado em contexto nacional. Identificou-se nesta amostra que familiares de crianças de desenvolvimento atípico apresentaram maiores pontuações de sintomatologia de estresse, corroborando estudos já produzidos; os familiares de crianças com TEA relatavam pontuações mais elevadas do que os indivíduos que se relacionavam com crianças que possuíam outros tipos de desenvolvimento atípico; e que o estresse esteve mais relacionado ao sofrimento psicológico relativo ao pessimismo e a problemas parentais e familiares do que a dificuldades físicas, comportamentais e limitações no autocuidado das crianças.