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Inclusão, bidocência, ensino colaborativo: quem ganha com isso?

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Nesse trabalho, relatamos uma experiência de bidocência numa proposta de ensino colaborativo. Trata-se da inclusão de um menino de seis anos com autismo numa turma de primeiro ano do ensino fundamental numa escola pública reconhecida como de excelência no segundo ano em que foi implantado o sistema de cotas sociais no sorteio para ingresso nesse ano de escolaridade. No processo de ensino colaborativo, nós, professoras procuramos não apenas incluir a criança diferente como um ser que estaria fora e precisaria ser recebido num grupo através da mediação permanente de um único docente. Buscamos desenvolver nosso trabalho pedagógico entendendo que todos na classe são diferentes e têm o direito à diferença. Compreendemos ainda que nós, professoras, exercemos nossa docência com uma turma, em que todos são igualmente alunos. Nesse processo, que se configura como de aprendizados múltiplos e conjuntos, outras crianças vão mostrando diferenças que exigem um olhar mais atencioso por parte das docentes em diferentes aspectos. Assim, sem abrir mão do direito da criança com autismo ao atendimento diferenciado, outras crianças foram sendo "incluídas" de diferentes maneiras nesse atendimento, seja na própria sala de aula do coletivo da turma, seja em outros espaços, com finalidades diversas, para viver experiências específicas que ajudem todas as crianças a sentirem-se parte do grupo. Assim, nossa pergunta do título sobre quem ganha com a inclusão, vai sendo respondida: todos ganhamos!