Anais Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia da Madeira

Variações na altitude implicam em diferenças climáticas e edáficas entre ambientes. Estas diferenças podem modificar a estrutura anatômica dos tecidos vegetais. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar se existem diferenças anatômicas na casca de Myrceugenia euosma em ambientes de diferentes altitudes. Três fragmentos da Floresta Ombrófila Mista em diferentes altitudes: 840 m (altitude 1); 1340 m (altitude 2); e 1603 m (altitude 3) foram selecionados para o estudo. Em cada ambiente foram escolhidos três indivíduos de M. euosma de onde foram retiradas amostras da casca do caule (1.3 m do solo) pelo método não destrutivo. Técnicas usuais em anatomia vegetal foram utilizadas para confecção lâminas histológicas. A distribuição das células condutoras e do parênquima axial, a composição do esclerênquima e os raios foram semelhantes nos ambientes, portanto apresentam caráter taxonômico. Diferenças foram observadas na estrutura do tecido de revestimento e no arranjo do esclerênquima do floema. Alguns indivíduos apresentaram periderme única e outros, ritidoma. Isso pode estar associado à manipulação da amostra que rompeu essa região da casca, bem como pode ser atribuído à característica esfoliante da casca de espécies de Myrtaceae. O arranjo do esclerênquima indicou uma menor quantidade deste tecido nas altitudes 2 e 3. Isto pode estar associado a menor disponibilidade de nutrientes nestes locais, que faz com que o espessamento da parede celular de células da casca tenha baixa prioridade, refletindo em menor quantidade de esclerênquima. Estes resultados indicam que diferenças anatômicas ocorrem na casca de M. euosma em ambientes que diferem em altitude.