Co-inoculação em Calopogonium mucunoides do isolado autóctone de áreas de mineração A605 Pseudomonas sp. e bactérias promotoras do crescimento vegetal

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Resumo

Calopogonium mucunoides (calopogônio) é uma leguminosa rústica capaz de se adaptar a solos tropicais ácidos e de baixa fertilidade, apresentando potencial de ser empregado na recuperação de áreas degradadas pela mineração de carvão. Recentemente, foi descrito que o isolado autóctone de área de mineração A605, classificado como Pseudomonas sp., possui capacidade de promover o crescimento de calopogônio, obtendo resultados superiores à estirpe Bradyrhizobium japonicum BR 1602, recomendada para essa leguminosa. A co-inoculação microbiana consiste em avaliar conjuntamente a capacidade de dois ou mais microrganismos de promover o crescimento vegetal. Essa técnica pode revelar informações interessantes, por exemplo, permite estimar qual tipo de relação ecológica interespecífica predominante entre várias estirpes bacterianas em uma determinada planta. As bactérias promotoras do crescimento vegetal (PGPR) utilizadas neste ensaio pertencem à coleção de microrganismos promotores do crescimento vegetal do Laboratório de Microrganismos e Processos Biotecnológicos (LAMPB) da Universidade Federal de Santa Catarina. Após o isolamento essas estirpes foram testadas quanto à promoção do crescimento de várias plantas mostrando-se altamente eficientes em diferentes cenários. Tendo isso em vista, o presente trabalho teve como objetivo examinar a influência da co-inoculação de A605 e outras três bactérias promotoras do crescimento vegetal para o calopogônio. As plantas foram crescidas em solo de baixa fertilidade natural, coletados em áreas de rejeito de mineração em estágios iniciais de recuperação. O experimento foi conduzido em casa de vegetação usando delineamento inteiramente casualizado em que oito tratamentos foram testados: controle sem inoculação, A605 isolada, o consórcio A605 e cada uma das três PGPR avaliadas – Pantoea sp. (MSR2), Pseudomonas oryzihabitans (MS8), e Pseudomonas thivervalensis (SC5) – além das três PGPR inoculadas também de forma isolada. Foram empregadas cinco repetições para cada tratamento, totalizando 40 unidades experimentais. Após 60 dias foram determinados o número de nódulos (NN), massa seca de nódulos (MSN), produção de matéria seca da parte aérea e raízes (MSPA e MSR) além do acúmulo de nitrogênio. Não foi constatado potencialização da promoção do crescimento de calopogônio nos tratamentos de co-inoculação. Em contrapartida, a inoculação isolada de A605 proporcionou incrementos médios de 276%, 270%, 119%, 76% e 91% para NN, MSN, MSPA, MSR e acúmulo de N respectivamente, em relação à média dos tratamentos co-inoculados. Esses resultados sugerem que as PGPR podem ser incompatíveis com A605, sendo esse comportamento relacionado com o estabelecimento de relações negativas como a competição. Desta forma, sugere-se que produtos inoculantes a base de A605 são uma alternativa promissora para a revegetação de áreas degradadas pela mineração de carvão.

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Instituições
  • 1 Centro de Ciências Agrárias / Universidade Federal de Santa Catarina
  • 2 Universidade Federal de Santa Catarina
  • 3 Centro de Ciências Biológicas / Universidade Federal de Santa Catarina
Eixo Temático
  • Meio Ambiente
Palavras-chave
Recuperação de áreas mineradas; microbiologia do solo; crescimento vegetal
Co-inoculação
Promotores de crescimento