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O USO DA ESTÉTICA MANGÁ PARA REDESIGN DE CONTOS ALAGOANOS

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O objeto de estudo é a exposição: “As cinquenta histórias que minha avó contava”, ocorrente no Museu Théo Brandão, estado de Alagoas, durante o período de dezembro de 2014 até fevereiro de 2015, que trouxe histórias e cantigas tradicionais do interior alagoano como foco de sua narrativa. O presente trabalho visa apresentar como elementos oriundos do estilo de desenvolvimento japonês de histórias em quadrinhos – mangá – fora utilizado, para reconfigurar visualmente estas personagens que são fruto do patrimônio Imaterial do estado de Alagoas, e reapresenta-los ao público. Os contos de seres sobrenaturais que originalmente eram passados através da oralidade alcançaram a contemporaneidade, através de seu redesenho em formas reestruturados com o auxílio da narrativa cinematográfica característica dos quadrinhos japoneses. Considerou-se que várias formas de linguagem não estão necessariamente separadas, mas, sim, interconectadas (BARBIERI, 1998). Sendo assim, existe uma interligação na escolha do estilo mangá como aporte técnico para a transposição desses contos para ilustrações, visto que historicamente o Japão tem como um nicho de produção imagética justamente, contos que narram histórias de criaturas fantásticas. (LUYTEN, 2000). A estética mangá traz nas personagens traços simplificados e rostos expressivos (CHINEN, 2013), incorporada às criaturas e personagens que protagonizam as ilustrações da exposição. Um dos principais elementos trazidos do mangá para a releitura é o efeito Notan, com uso extenso de alto contraste entre preto e branco (BRAGA JR., 2011). Para além dos elementos exportados, algumas das obras que compuseram a exposição contaram com manipulação de cores terrosas e texturas que fazem alusão a paisagem do interior alagoano.