Percepção de pacientes cirúrgicos sobre segurança e seu envolvimento no cuidado seguro

Vol1,2018 - 97160
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Resumo

Introdução: Eventos adversos associados aos procedimentos cirúrgicos merecem atenção especial, pois o centro cirúrgico é o local em que eles ocorrem com maior frequência dentro de um hospital. Os procedimentos cirúrgicos em locais ou membros errados são reconhecidos como erros preveníveis e oriundos de falhas na comunicação. Nesse cenário, o envolvimento do paciente nas questões de segurança tem sido incentivado. A participação do paciente pode ser definida como o envolvimento do mesmo no processo de tomada de decisão sobre as questões de saúde, incluindo o engajamento no processo de planejamento, monitoramento e avaliação dos seus próprios cuidados. Para participar e ter um maior controle sobre decisões e ações nas questões de segurança, entende-se que é preciso que pacientes e familiares tenham conhecimento sobre os riscos a que estão expostos e sobre o que podem fazer para ajudar a tornar os seus cuidados mais seguros. Objetivo: Investigar a percepção do paciente cirúrgico sobre segurança do paciente e o seu envolvimento no cuidado durante a internação hospitalar. Metodologia: Estudo descritivo e exploratório, de abordagem qualitativa, desenvolvido em um hospital de reabilitação do Distrito Federal, em unidade de internação ortopédica. Os participantes do estudo foram os pacientes adultos submetidos à cirurgia de artroplastia de quadril ou artroplastia de joelho. Os dados foram coletados através de entrevistas, em setembro de 2016, com um total de 14 participantes. Para análise dos dados, utilizou-se a técnica da análise de conteúdo. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Reabilitação onde foi realizada a pesquisa, sob o Parecer 1.633.544. O estudo foi aprovado pela Plataforma Brasil, CAAE 57224816.5.0000.0022. Resultados: Os pacientes apresentaram limitações ao conceituar o tema segurança do paciente, mas reconheceram a ocorrência de erros. Associaram segurança à confiança institucional, à adequada limpeza e estrutura física e ao bom relacionamento com os profissionais. Citaram estratégias que poderiam utilizar no próprio cuidado para aumentar a segurança da assistência, porém constatou-se receio pela repressão diante da postura proativa de envolvimento na assistência e ainda que há pacientes que não demonstraram interesse em participar de forma ativa do processo de cuidado, aceitando de forma passiva as orientações da equipe de saúde. Discussão: Os problemas identificados pelos pacientes nem sempre levam a eventos adversos, mas podem indicar falhas no sistema que requerem atenção. A maioria dos pacientes citou casos que não se configuravam como erros na assistência, o que evidencia que carecem de informações e precisam de estímulo para observarem aspectos relacionados à segurança. As instituições de saúde devem melhorar a comunicação e a qualidade da informação entre a equipe e pacientes e instituir programas de educação para os pacientes e familiares. Tornar a segurança do paciente um tema mais conhecido dos pacientes pode resultar em uma maior participação e uma melhora na percepção de segurança no cuidado em saúde. Surge a necessidade emergente de desenvolver nos profissionais de saúde competências relacionadas ao envolvimento do paciente no cuidado, no intuito de minimizar possíveis divergências entre o comportamento ativo dos pacientes e o comportamento do profissional. Considerações Finais: Desenvolver a autonomia dos pacientes para o seu envolvimento no cuidado torna-se um desafio, pois o profissional de saúde também deve estar preparado para essa prática. A cultura de segurança é imprescindível em um contexto que se deseja obter melhores resultados.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
  • 2 Universidade de Brasília/ Hospital Sarah de Reabilitação. Brasília, DF, Brasil
  • 3 Secretaria de Saúde do Rio Acima- MG
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde