FACETAS DA RELAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE ALUNO E PACIENTE. OLHAR DO PRECEPTOR DE ESTÁGIO.

Vol1,2018 - 97139
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Resumo

Introdução: A formação acadêmica do profissional de enfermagem se constitui em teoria e estágio curricular supervisionado. O enfermeiro supervisor de atividade prática tem papel fundamental no percurso da formação em enfermagem. O discente como sujeito da aprendizagem, deve aprender a aplicar o processo de relação interpessoal visto que a relação enfermeiro/paciente é a essência do propósito da enfermagem. Entende-se ser importante e justificável proceder a um estudo sobre a relação interpessoal entre aluno e paciente durante o estágio curricular supervisionado. Muito além do que associar a teoria à prática, o estágio curricular supervisionado é um momento de construção de identidade profissional. Então surge à pergunta de pesquisa: Qual a percepção do supervisor de atividade prática no desenvolvimento da relação interpessoal entre aluno e paciente durante o estágio curricular supervisionado? Objetivos: Objetivo geral desta pesquisa é analisar a percepção do supervisor de atividade prática de enfermagem acerca da relação interpessoal entre aluno e paciente durante o Estágio Curricular Supervisionado no curso de Graduação de Enfermagem. Objetivos Específicos: Identificar as dificuldades observadas pelo supervisor de atividade prática para o desenvolvimento da relação interpessoal entre aluno e paciente durante o estágio curricular supervisionado em uma faculdade do Distrito Federal; Identificar quais as ferramentas que o supervisor de atividade prática utiliza para aplicar a relação interpessoal entre aluno e paciente durante o estágio curricular supervisionado em uma faculdade do Distrito Federal. Metodologia: Estudo exploratório/descritivo, com abordagem qualitativa baseada no referencial teórico da relação interpessoal de Joyce Travelbee. O campo de estudo foi o Curso de Graduação em Enfermagem no Centro Universitário Euro Americano (UNIEURO). Desenvolvido no primeiro semestre de 2018, os participantes foram 08 supervisores de atividade prática, que em média acompanham por semestre cerca de 280 estudantes em vários níveis de aprendizagem e distribuído nos campos de estágio. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas, assim desenvolveu-se a visão dos supervisores quanto à relação interpessoal entre aluno e paciente, seguindo um roteiro. Para análise dos dados as entrevistas foram transcritas e alocadas em categorias obedecendo às fases que Travelbee preconiza metodologicamente. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética do UNIEURO e cumpriu as normas previstas na resolução 466/2012, sob o número 2.737.564. Resultados Discussão: Todos os 08 supervisores aceitaram participar da pesquisa, média de formação de 4 anos, todos enfermeiros especialistas/Residência Multiprofissional do DF. Após análise dos relatos, estruturamos em categorias partindo das 4 fases da Teoria de Joyce Travelbee, a saber: Fase do encontro inicial ou original: O aluno geralmente apresenta-se ansioso, não só por não saber como usar adequadamente as técnicas terapêuticas de comunicação, como também pela dificuldade em estabelecer objetivos1,2. “Inicialmente o aluno se mostra tímido e inseguro, o que muitas vezes fica evidente para o paciente que também fica inseguro com o atendimento...” Fase das identidades emergentes ou de interação: Os supervisores percebem os sujeitos como ser humano único, com suas singularidades, afastando ideias preconcebidas, observado na fala abaixo: “...oriento previamente os alunos na forma de falar, de se apresentar e de como estabelecer um diálogo inicial com o paciente.” Travelbee 2 adverte que o professor e aluno tem de estar atentos para os elementos que aparecem no encontro e travam os sujeitos. O relacionamento interpessoal terapêutico não pode ser realizado sem supervisão. Fase da empatia: Os supervisores observaram os sentimentos dos alunos e no geral identificaram sentimentos que atrapalham a relação e o acolhimento. “umas das dificuldades do aluno... é o estabelecimento de vínculo, o olhar nos olhos do paciente...” A empatia cognitiva leva a um relacionamento de confiança, com diagnósticos mais precisos e maior adesão ao tratamento. Já a empatia emocional em excesso, pode gerar síndrome de Burnout e interfere a tomada de decisão clínica3. Na fase da simpatia ou solidariedade: Acontece a confiança entre paciente e enfermeira. O paciente enfrenta os problemas e conflitos inerentes à situação2. Assim os supervisores relataram a importância de trabalhar a relação interpessoal desde as aulas teóricas, resultando numa abordagem futura com menos ansiedade, expectativas irreais. Conclusão: Esta pesquisa, a qual se baseou na percepção dos supervisores de atividades práticas dos alunos de uma universidade, mostrou que existe um vazio no saber, sobrecarregado por um processo formativo ineficaz ao lidar com as relações interpessoais. Essa realidade traz à tona a necessidade de um arcabouço teórico adequado para transformar essa realidade prática refletida. O discente precisa ser capaz de estabelecer uma relação de empatia e harmonia com o paciente, de modo que o enfermo demonstrará crença e confiança na enfermeira4 ou aluno, como ressalta a teoria de Travelbee. É primordial que durante a prática e desenvolvimento das habilidades em campo, o aluno tenha seu comportamento avaliado e receber feedbacks para correção e fortalecimento do conhecimento, além do mais o desenvolvimento de práticas repetidas e a observação na prática de outros profissionais, são formas eficazes de aprendizagem e fortalecimento da comunicação1, 5.

Instituições
  • 1 Universidade de Brasília
Eixo Temático
  • Referenciais teóricos-metodológicos para a pesquisa em enfermagem e saúde