A tristeza, causada pelo Citrus tristeza virus (CTV), é considerada uma das principais doenças que afetam a produtividade de variedades sensíveis, como exemplo a laranja ‘Pêra’ (Citrus sinensis (L.) Osbeck), nas regiões produtoras. O controle dessa virose tem sido alcançado principalmente através da técnica de “premunização”, que consiste na infecção da planta com uma estirpe fraca do vírus, que por sua vez irá conferir um efeito protetivo sob estirpes que apresentem um maior grau de severidade, denominadas de forte. Este trabalho teve como objetivo estimar o tempo para a transmissão do vírus através da retirada da borbulha em períodos de dias distintos. As inoculações foram realizadas por meio de dupla enxertia, pelo método conhecido como “T invertido”, inserindo inicialmente a fonte de inóculo na parte inferior da planta e, logo acima, a borbulha indicadora livre de vírus. A fonte de inóculo foi obtida de clones promissores de laranja ‘Pêra’ do Banco Ativo de Germoplasma do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR. Como porta-enxerto, foi utilizada a variedade limão ‘Cravo’ (C. limonia). A borbulha fonte de inóculo foi mantida por um período de tempo variando de 3 a 20 dias no porta-enxerto, proporcionando a seleção dos isolados predominantes no material propagativo. Como controle positivo do complexo viral, manteve-se a borbulha inóculo no porta-enxerto. Para confirmação da infecção viral, foi realizada a extração do RNA total, utilizando o reagente TRIzol^®, de acordo com as instruções do fabricante (Invitrogem), seguida da reação de RT-PCR, com o par de oligonucleotídeos específicos para a região da proteína da capa proteica do CTV. Os dados analisados demostraram que a transmissão do CTV ocorre a partir do terceiro dia de contato com a borbulha infectada, sendo mais comum aos 12 dias após a enxertia. Estes dados são de grande importância para o aperfeiçoamento da técnica de “premunização”, visando um controle efetivo do Citrus tristeza virus (CTV).