A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais infecções relacionadas à assistência à saúde. Alguns fatores podem agravar o aparecimento de ITU, como o tempo prolongado do uso do cateter, ausência de exames laboratoriais que comprovem urocultura positiva e falta de tratamento. O presente trabalho avaliou o perfil microbiano das uroculturas de pacientes com cateter urinário de longa permanência em um hospital universitário terciário. Estudo prospectivo, quantitativo cuja amostra foi composta por todos os pacientes em uso de cateter urinário de longa permanência, hospitalizados no período a partir de outubro de 2015. Seguimento diário dos pacientes cateterizados foi realizado até o desfecho (alta/óbito) em todos os setores de atendimento à saúde do adulto: Pronto Socorro (45 leitos), Internamento Médico-cirúrgico (105 leitos), Unidades de Terapia Intensiva (17 leitos), Centro de Tratamento de Queimados (16 leitos) e Setor de Tratamento de Doenças Transmissíveis (30 leitos). Dados clínico-epidemiológicos e laboratoriais foram coletados durante o seguimento. A análise preliminar envolveu o período de outubro de 2015 a maio de 2016, totalizando 273 pacientes adultos em uso de cateter urinário de longa permanência, acompanhados diariamente pela equipe do projeto. Deste total, 193 (70,7%) pacientes realizaram pelo menos uma urocultura durante a cateterização, totalizando 163 (84.5%) culturas positivas entre 100 pacientes. Dentre os microrganismos isolados (182 espécies), os mais prevalentes foram Candida sp (n=50; 27,5%), Escherichia coli (n=32; 16,6%), Pseudomonas aeruginosa (n=22; 12,1%) e Klebsiella sp (n=20; 11%). Os resultados mostram que a urocultura foi solicitada para a maioria dos pacientes cateterizados, o que pode inferir na avaliação do risco de desenvolvimento de ITU por pacientes em uso de cateter, confirmado pela elevada prevalência de uroculturas positivas.