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OTITE BACTERIANA EM CÃES: ETIOLOGIA E PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS

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Otite externa é uma inflamação do epitélio do conduto auditivo externo, sendo uma das principais afecções na clínica de pequenos animais onde o diagnóstico bacteriológico é uma ferramenta fundamental à conduta clínica. Os gêneros bacterianos comumente isolados em cães são Staphylococcus e Streptococcus. Os antimicrobianos mais utilizados para o tratamento dessas enfermidades são os aminoglicosídeos (Tobramicina, Gentamicina e Neomicina), quinolonas (Enrofloxacina e Norfloxacina), e cefalosporinas (Cefalexina). Este trabalho avaliou a ocorrência e o perfil de resistência à antimicrobianos de animais com suspeita de otite no HV-UEL no período de março de 2015 a março de 2016. Foram recebidas neste período, 101 amostras de swab otológico de cães atendidos no setor de clínica médica. Os swabs foram semeados em caldo BHI, ágar sangue e MacConkey, e incubados a 37°C por 24 horas. Na ausência de crescimento direto nas placas, o caldo BHI turvo, era semeado em novas placas de ágar sangue e MacConkey. As bactérias Gram positivas foram identificadas através da coloração de Gram, teste da catalase, esculina e crescimento em 6,5% de NaCl. As Gram negativas foram identificadas através do teste da oxidase e kits Bactray. Das 101 amostras, 15 foram consideradas negativas, não apresentando crescimento em nenhum dos meios. O gênero Staphylococcus foi isolado em 72% dos 86 casos positivos. Seguido por Streptococcus spp. (10%), Proteus spp. (7%), Pseudomonas spp.(5%), E. coli spp. (3%) e outras bactérias (Acinetobacter spp, Bacillus spp.) que contabilizaram 3% das amostras. Os resultados do antibiograma para Staphylococcus spp. apresentaram maiores índices de resistência para os antibióticos Enrofloxacina (33.9%), Neomicina (27.9%) e Norfloxacina (27.8%). A Neomicina apresentou um perfil de maior resistência nas ocorrências de Streptococcus spp., seguida pela Tobramicina com 50% de resistência. A Tobramicina e a Norfloxacina apresentaram um perfil de maior sensibilidade nas ocorrências de Proteus spp., enquanto nos casos de Pseudomonas spp. foi observado um perfil de resistência utilizando Enrofloxacina e Cefalexina. Os dados apresentados neste estudo permitem uma breve visualização dos agentes causadores de otite em cães na região de Londrina, assim como orienta a condução de terapias de forma a evitar a seleção de bactérias resistentes na rotina clínica.