¹Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. ²Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais, Universidade Federal da Grande Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. ³Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Brasil. ⁴Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Brasil. *e-mail: [email protected]

Os recursos hídricos naturais são utilizados para diversas finalidades, como abastecimento público de água, irrigação, uso animal e setor industrial. Esses recursos são utilizados na maioria das vezes de forma não sustentável. O crescimento significativo dos processos de urbanização e industrialização tem promovido a deterioração da qualidade de água, resultando em uma maior incidência de doenças de veiculação hídrica, causadas principalmente por microrganismos patogênicos de origem entérica, humana ou animal. Os rios Dourados e Brilhante são umas das principais fontes de abastecimento para o Estado do Mato Grosso do Sul, e se caracterizam por apresentar atividade econômica por quase toda sua extensão, sendo necessários estudos que avaliem a ação antrópica nesses recursos hídricos. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a qualidade microbiológica da água dos rios Dourados e Brilhante. As amostras de água foram coletadas em nove pontos, abrangendo da nascente à foz dos rios. Foram realizadas análises de coliformes totais e E. coli e contagem total de bactérias mesófilas aeróbicas. A presença de coliformes totais e E. coli foi avaliada pela técnica do Colilert®, e a contagem total pela técnica spread plate. Verificou-se a presença de coliformes totais e E. Coli em todos os pontos analisados. No rio Dourados o ponto 5 apresentou maior contagem de bactérias mesófilas aeróbicas (1,03 x 10⁵ UFC/mL), em virtude de estar localizado entre bairros e com intensa atividade antrópica. No rio Brilhante os dois pontos mais próximos à foz apresentaram maior contagem (2,33 x 10³ UFC/mL e 1,33 x 10³ UFC/mL). De acordo com a Resolução do CONAMA 357 de 2005, as águas dos dois rios estão impróprias para o consumo humano direto, bem como para irrigação de hortaliças e frutas que são consumidas cruas. Uma vez que desde a nascente é possível observar a presença de E. coli, os resultados demonstram que os rios apresentam atividades antrópicas por toda sua extensão, provavelmente devido à liberação de efluentes e esgoto. Sendo assim, é necessária a adoção de medidas que diminuam os impactos causados por essas atividades, a fim de garantir a preservação das águas desses rios.