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AFERIÇÃO DA SENSIBILIDADE DE DETECÇÃO DE OVOS DE HELMINTOS EM ALFACES (Lactuca sativa) E DA SANIDADE PARASITOLÓGICA DE HORTALIÇAS COMERCIALIZADAS EM CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

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A transmissão de parasitos por alimentos contaminados é favorecida quando estes são consumidos crus, como as hortaliças. Ovos, cistos e oocistos apresentam marcada resistência a condições ambientais adversas. Este trabalho teve como objetivos: aferir a eficiência de recuperação da metodologia de detecção de ovos de helmintos mediante contaminação artificial de amostras de alface, tendo como modelo ovos de Ascaris suum e, avaliar a contaminação natural por parasitos em alfaces comercializadas em supermercados e feiras livres das cidades de Curitiba e de Colombo. Um número conhecido de ovos de A. suum, obtidos a partir de dissecção de fêmeas do parasito foi utilizado para os experimentos de contaminação artificial (n = 3). As amostras foram pesadas (30g / amostra) e as folhas dispostas em um recipiente limpo. Os ovos foram pipetados sobre diferentes áreas na superfície das folhas e deixados para secar em temperatura ambiente por 2 horas. Em seguida, as folhas foram colocadas em saco plástico limpo e sem uso prévio, e adicionou-se 200 mL de solução de glicina 1 M, pH 5.5. Procedeu-se agitação manual da amostra por três minutos, e o líquido resultante foi peneirado e recolhido em cálice de sedimentação mantido em repouso por 2 horas. O sobrenadante foi retirado cuidadosamente com auxílio de pipeta Pasteur e o sedimento resultante (10 mL) centrifugado a 1.120 x g por 5 minutos. Foram feitas lâminas de todo o sedimento restante (cerca de 1 mL) para contagem e identificação dos ovos recuperados. Os ensaios de contaminação natural obedeceram aos mesmos procedimentos citados anteriormente, com exceção da etapa de contaminação artificial. A média de eficiência de recuperação de ovos de Ascaris suum foi de 52,4%. Dentre as 23 amostras analisadas na segunda etapa do projeto, 21,73 % apresentaram contaminação por parasitos: cistos de Entamoeba coli (8,69%), oocistos de coccídios intestinais similares à Isospora sp. (4,34%), e ovos, larvas e adultos de vida livre da família Strongyloididae (8,9%). Os resultados evidenciam contaminação do alimento que será destinado ao consumo humano por fezes humanas ou animais, constituindo um risco à saúde pública de aquisição de parasitoses.