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A violência contra mulheres é fenômeno multicausal e controverso. A sua ocorrência relaciona-se à de gênero, culturais, sociais e econômicas. Tem como elemento constitutivo as relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres. A violência de gênero é um problema de saúde pública em função do contingente de atinge (tendência crescente) e pelas sequelas dela decorrentes.
Objetivos
Estimar a prevalência de violência sofrida por mulheres em populações urbanas de Feira de Santana, Bahia, Brasil, focalizando diferenciais de gênero, faixa etária e raça/cor da pele.
Metodologia
Estudo com dados da 2ª onda (N= 4.170), da coorte prospectiva “Vigilância em saúde mental e trabalho: uma coorte da população de Feira de Santana-BA”. Os participantes foram selecionados por procedimentos de amostragem complexa em dois estágios de agrupamentos (setores censitários e ruas), estratificados por subdistritos. Violência (verbal, psicológica, sexual) foi autoreferida, com recordatório de 24 meses. Foi estimada a prevalência geral de violência e segundo estratos de gênero, idade, raça/cor da pele, escolaridade, situação conjugal. Para a análise bivariada, empregou-se o Teste Qui-quadrado de Pearson com significância de 5%.
Resultados
A prevalência global de violência foi 13,3% (n=542) sendo maior em mulheres (14,3%) do que entre os homens (11,1%) (p=0,008). Entre as mulheres, a maior prevalência de violência foi observada na faixa de 25-29 anos (16,8%) e a menor em >60 anos (8,6%) (p< um salário mínimo (18,8%) e >2 SM (11,4%) (p=0,005); ocupação: trabalho (17%) e não trabalhar (12,8%)) (p=0,01); situação conjugal: não ter parceiro (16%) e com parceiro (12,4%) (p=0,01). Entre os homens, nenhuma variável sociodemográfica estava estatisticamente associada à violência.
Conclusões/Considerações
A violência de gênero se reproduz nas relações de poder, determinadas pela raça/cor, classe social, escolaridade e renda, evidenciando a interseccionalidade entre mulheres, negras, de baixa renda e situação conjugal. Intervenções imediatas urgem ser implementadas por políticas públicas no seu enfrentamento, ao tempo que emergem reflexões quanto ao desafio de compreender a violência de forma interdisciplinar.
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